Le Spiritisme ou Spiritualisme A Metz

COMMUNICATIONS D' OUTRO-TOMBE

Didier et Compagnie, Ledoyen

Paris (1861)

Apresentação de Allan Kardec:

O ESPIRITISMO OU ESPIRITUALISMO EM METZ

Primeira série das publicações da Sociedade Espírita de Metz. (*)

Em nosso último número anunciamos esta publicação apenas de memória, propondo-nos a voltar à matéria. Lemo-la com atenção e só podemos felicitar a Sociedade dos espíritas de Metz por seus resultados. Ela conta em seu seio um grande número de homens esclarecidos que, esperamos, saberão mantê-la em guarda contra as ciladas dos Espíritos maus, que não deixarão de tentar desviá-la do bom caminho em que se colocou.

(*) Brochura in-8; preço 1 fr. Em Paris: Didier &Cia., Quai des Augustins, 35; Ledoyen,Palais-Royal, galeria d’Orléans, 31. Em Metz: Verronais, rue des Jardins, 14; Warrion, rue du Palais, 8.

Esta publicação não é periódica; a Sociedade de Metz tem o propósito de fazer outras semelhantes de vez em quando, em datas indeterminadas, e nelas inserir as melhores comunicações que tiver obtido. Esse método tem a vantagem de não obrigar a assunção de nenhum compromisso com assinantes, aos quais se deve servir apesar de tudo, e porque os gastos são sempre proporcionais.

Todas as comunicações contidas nesta primeira brochura trazem um sinete eminentemente sério e uma moralidade irrepreensível. Nada notamos que não fosse o que se poderia chamar de ortodoxo, do ponto de vista da Ciência e de acordo com o ensino de O Livro dos Espíritos.

Se os senhores espíritas de Metz nos permitem um conselho, nós os estimularíamos a que continuem guardando, em suas publicações subseqüentes, a prudente reserva que notamos nesta; que se convençam de que as publicações intempestivas podem ser mais prejudiciais que úteis à propagação do Espiritismo. Contamos com a sabedoria e a sagacidade dos que as dirigem, para não cederem ao entusiasmo de adeptos mais zelosos que sensatos; que se lembrem bem desta máxima: Não adianta correr; tudo tem sua hora.

As duas comunicações seguintes, extraídas deste primeiro número, podem dar uma idéia do espírito no qual são feitas.

1ª - Comunicação:

O FLUIDO UNIVERSAL

(29 de setembro de 1860)

O fluido universal liga entre si todos os mundos; e, conforme os movimentos que lhe são impressos pela vontade do Criador, origina todos os fenômenos da Criação. Ele é a própria vida, ligando as diferentes matérias de nosso globo; é ele que, por propriedades subordinadas a leis, regula as diferentes coisas tão misteriosas para vós, as afinidades físicas e morais; é ele que vos faz ver o passado, o presente e o futuro, principalmente quando a matéria que obstrui vossa alma é anulada ou enfraquecida por uma causa qualquer; então essa dupla vista (embora menos desenvolvida do que após a morte), vê, sente e toca tudo, nesse meio fluídico que é o seu elemento e o reflexo exato do que foi, é e será; porque somente as partes mais grosseiras desse fluido estão sujeitas a modificações sensíveis de composição.

Henry, antigo magnetizados

2ª - Comunicação:

EFEITOS DA PRECE

(15 de outubro de 1860)

A prece é uma aspiração sublime, à qual Deus concedeu um poder tão mágico que os Espíritos a reclamam para si constantemente. Suave orvalho, é um refrigério para o pobre exilado na Terra e um arranjo (sic) frutuoso para a alma em prova.

A prece age diretamente sobre o Espírito a quem é dirigida; não transforma espinhos em rosas, mas modifica sua vida de sofrimentos; não tem poder sobre a vontade imutável de Deus, mas imprime esse impulso de vontade que levanta a sua coragem, ao dar-lhe força para lutar contra as provas e as dominar. Por esse meio é abreviado o caminho que conduz a Deus e, como efeito maravilhoso, nada pode ser comparado à prece.

Aquele que blasfema contra a prece não passa de Espírito inferior, de tal modo terreno e atrasado que nem mesmo compreende que deve se agarrar a essa tábua de salvação para se salvar.

Orar: palavra descida do céu, é a gota de orvalho no cálice de uma flor, é o sustentáculo do caniço durante a tormenta, é a tábua do pobre náufrago durante a tempestade, é o abrigo do mendigo e do órfão, é o berço para a criança dormir.

Emanação divina, a prece nos liga a Deus pela linguagem, fazendo-o interessar-se por nós; orar a Ele é amá-lo; suplicar-lhe por um irmão é um ato de amor dos mais meritórios. Vinda do coração, a prece contém a chave dos tesouros da graça; é o ecônomo que dispensa benefícios em nome da infinita misericórdia.

A alma, elevada para Deus por um desses impulsos sublimes da prece, desprendida de seu envoltório grosseiro, apresenta-se cheia de confiança diante dEle, segura de obter o que pede com humildade. Orai, oh! orai! fazei um reservatório de vossas santas aspirações, que será despejado no dia da justiça.

Preparai o celeiro da abundância, tão precioso durante a escassez; escondei o tesouro de vossas preces até o dia escolhido por Deus para distribuir o rico depósito. Acumulai para vós e para os vossos irmãos, o que diminuirá as vossas angústias e vos fará transpor mais rapidamente o espaço que vos separa de Deus.

Refleti em vossa miserável natureza, contai vossas decepções, vossos perigos, sondai o abismo tão profundo aonde vos podem arrastar as paixões, olhai em torno de vós os que caem e sentireis a imperiosa necessidade de recorrer à prece. A oração é a âncora de salvação que impedirá a destruição do vosso navio, tão agitado pelas desordens do mundo.

Teu Espírito familiar

 

Allan Kardec

Revista Espírita de Novembro de 1861

Fontes: Canal Espírita Jorge Hessen (A História do Espiritismo - Allan Kardec O Codificador da Doutrina Espírita)

Fontes: Projeto Allan Kardec (Coleção de Manuscritos de Allan Kardec) 

Fontes: César Perri - GEECX - Grupo de Estudos Espíritas Chico Xavier

"Se a Doutrina Espírita fosse de concepção puramente humana, não ofereceria por penhor senão as luzes daquele que a houvesse concebido. Ora, ninguém, neste mundo, poderia alimentar fundadamente a pretensão de possuir, com exclusividade, a verdade absoluta.

Se os Espíritos que a revelaram se houvessem manifestado a um só homem, nada lhe garantiria a origem, porquanto fora mister acreditar, sob palavra, naquele que dissesse ter recebido deles o ensino. Admitida, de sua parte, sinceridade perfeita, quando muito poderia ele convencer as pessoas de suas relações; conseguiria sectários, mas nunca chegaria a congregar todo o mundo.

Quis Deus que a nova revelação chegasse aos homens por mais rápido caminho e mais autêntico. Incumbiu, pois, os Espíritos de levá-la de um polo a outro, manifestando-se por toda a parte, sem conferir a ninguém o privilégio de lhes ouvir a palavra."

Allan Kardec "O Evangelho Segundo O Espiritismo"


RELAÇÃO DE OBRAS PARA DOWNLOAD

 

Allan Kardec - Revista Espírita de 1861 FEB

 

Le Spiritisme ou Spiritualisme A Metz (1861) (Fr.)