Charles Fauvety

FUNDADOR Sociedade Científica de Estudos Psicológicos

FILÓSOFO, CIENTISTA E LIVRE-PENSADOR

AMIGO DE Pierre-Gaëtan Leymarie

O GRANDE ESPIRITUALISTA FRANCÊS

(1813 - 1894)

 

OBRAS RARAS Traduzidas

Biografia de Charles Fauvety:

Jean Charles Fauvety, nasceu em 1813, na cidade de Uzès que é uma comuna francesa na região administrativa de Occitânia, no departamento de Gard.

Foi um filósofo maçônico, de origem protestante liberal, e como escritor e jornalista, passou por todas as correntes filosóficas, socialistas utópicas e espíritas do século XIX, buscou, durante toda a sua vida, um estreito caminho entre religião e a política, entre materialismo e ateísmo, em busca de uma espiritualidade universal que vai além de todas as formas que as organizações religiosas assumem.

Charles Fauvety foi um dos que durante o século XIX francês, tentou sair do conflito resultante da Revolução Francesa entre política e religião, abrir caminho entre o livre pensamento e o espiritualismo, chegar a uma abordagem científica de escrituras, de todos os dogmas e de todos os ritos, na busca de uma religião que fosse ao mesmo tempo racional, universal, natural, laica e democrática. Fundou o jornal "A Religião Laica", em 1876 buscando uma harmonia entre religião e razão.

Em seus artigos escreveu frases imortais:

Justiça. Pratique a justiça, não apenas não fazendo aos outros o que você não gostaria que fizessem a você, mas tomando a iniciativa do bem e lutando contra a iniquidade, onde quer que a encontrar. — Nunca condene sem apelação e sem deixar uma porta aberta à reparação, ao arrependimento e à reabilitação. O sentimento religioso é incompatível com o inferno eterno, e a consciência da humanidade regenerada pelo amor ao próximo não admite condena sem remissão.

Em 27 de fevereiro de 1848, poucos dias após a proclamação da Segunda República, foi fundado o Journal Le Représentant du Peuple de orientação socialista e que teve ao lado os editores fundadores, Charles Fauvety e Jules Viard, e do gerente, Lubatti Jeune. E que teve a participação ativa de Pierre-Joseph Proudhon (o pai do anarquismo).

Fauvety participou como membro do Comitê da Liga Francesa de Ensino e Educação Continuada que é a mais antiga organização de educação popular. A ideia foi lançada por Jean Macé em 1866, quando a educação do povo apareceu para muitos como a chave do progresso coletivo; em 1871, a Liga, através de uma petição a favor de uma escola “obrigatória, gratuita e laica” que recolheu cerca de um milhão de assinaturas, contribuiu ainda para dar origem à escola de Jules Ferry. A Liga participou plenamente na luta pelas quais levaram à separação entre Igreja e Estado (1905).

Fauvety esteve a frente de uma revista espiritualista de grande circulação na Europa. E que possui três fases. Chamou em 1866 de Soliderité e foi interrompida pela guerra Franco-Prussiana em 1870, para reaparecer em 1876 com o nome de Religion Laique organe de régénération sociale, que a seu turno foi substituido em 1890 pelo Religion Universelle. Editou o Boletim mensal da Sociedade Científica de Estudos Psicológicos, da qual foi presidente.

Casado com uma moradora da Comédie-Française, manteve, com ela, um salão aberto às elites políticas republicanas e intelectuais do Segundo Império.

Em 1882 o “Boletim da Sociedade Científica de Estudos Psicológicos” de Charles Fauvety começou a circular junto com a Revista Espírita sobre direção Pierre Leymarie. Estes boletins traziam temas como: Deus, Magnetismo Animal, Hipnotismo nos animais, Efeitos físicos, Física, Psicologia, Religião do futuro, Teosofia, etc...

Esteve presente no sepultamento da Sra. Rivail, na qual falaram Pierre-Gaëtan Leymarie, em nome de todos os espíritas e da Sociedade para a Continuação das Obras Espíritas de Allan Kardec; Charles Fauvety, ilustre escritor e presidente da Sociedade Científica de Estudos Psicológicos; bem como representantes de outras Instituições e amigos, como Gabriel Delanne, Georges Cochet, Carrier, Lecoq, J. Camille Chaigneau, Lecoq, Georges Cochet, Louis Vignon, o Dr. Josset e a distinta escritora, Sofia Rosen-Dufaure, todos fazendo sobressair os reais méritos daquela digna sucessora de Kardec. Por fim, com uma prece feita pelo Sr. Warroquier, os presentes se dispersaram em silêncio.

Na grande polêmica que acontecia durante nesse tempo, porém, uma franca oposição a Leymarie havia se formado, o que ficou mais evidente após principalmente o falecimento da viúva Kardec; ele foi duramente criticado pela forma como se apossara da herança do casal Kardec, além de ser acusado de desviar-se doutrinariamente dos princípios kardecistas em favor de ideologias outras, quais a Teosofia de Helena Helena Blavatsky e o Roustainguismo de Jean-Baptiste Roustaing, então patrocinado por Jean Guérin.

No núcleo dessa oposição estavam Berthe Fropo, Gabriel Delanne e o casal Sophie e Michel Rosen; estes, para fazer frente à Sociedade Anônima de Leymarie (agora renomeada para Sociedade Científica do Espiritismo), fundaram uma nova instituição: União Espírita Francesa (UEF), e um novo jornal: O Espiritismo (Le Spiritisme), como alternativa à Revista Espírita.

Para denunciar os ditos abusos de Leymarie, Berthe Fropo chegou a publicar em 1884 uma brochura, de produção independente, intitulada Muita Luz (Beaucoup de Lumière), que é um desdobramento do retumbante artigo 'Um pouco de luz' (Um peut de lumière), por ela assinado e que foi publicado no jornal da UEF, edição da 2ª quinzena de outubro de 1883.

Em defesa de seu administrador, a Sociedade Científica do Espiritismo publicou Ficções e Insinuações – Reposta à brochura Muita Luz (Beaucoup de Lumière), pontuando cada acusação de Fropo como uma ficção, contra a qual apresenta uma alegação.

Foi um escritor de grande renome, e publicou diversas obras: Mémoire en faveur de la Comédie-Française, adressé à la Chambre des Députés (1847), Programme politique (1849), La morale de l'Évangile et la morale du XIXe siècle (1856), Philosophie maçonnique (1862), Aspirations vers une religion rationnelle, La Question religieuse (1864), Critique de "La morale indépendante" (1865), Catéchisme philosophique de la religion universelle (1874), La religion laïque et l'Église unitaire (1876), Le spiritisme devant la science et le matérialisme mécaniciste devant la raison (1880), La Religion laïque (1887), Prières et méditations spirites - Textes par Allan Kardec, P.G. Leymarie, Docteur Soudan et Ch. Fauvety (1890), Théonomie - Démonstration scientifique de l'existence de Dieu (1897).

Desencarnou no ano de 1894, na cidade Asnières-sur-Seine, anteriormente Asnières, que era uma comuna francesa do departamento de Hauts-de-Seine, na região da Île-de-France.

Fontes: Autoresespiritasclassicos.com

Fontes: CCEPA - Centro Cultural Espírita de Porto Alegre

Fontes: Curso Espírita Espiritismo (Biblioteca Espírita em Espanhol)

Senhoras, Senhores, irmãos e irmãs em humanidade.

Eu tomo aqui a palavra em nome da sociedade de estudos psicológicos, não para vos falar dessa cujos restos mortais saudamos – eu não conheci a senhora Allan Kardec – mas para dizer algumas palavras da obra de Allan Kardec. Eu não posso, aliás, senão rejubilar-me com a alma da morta falando do homem eminente do qual ela foi a digna companheira. Todos vós que aqui estais, vós vos honrais em ser os discípulos de Allan Kardec. Como tais, vós sois os continuadores de sua obra e os representantes de sua doutrina.

Essa obra é grande. O espiritismo, como o compreendeu o vosso Mestre, e como ele expôs em suas obras, abrem uma nova fase ao espírito humano. É o ponto de partida, ao mesmo tempo religioso e social, de uma nova ordem. O espiritismo pertence à religião do porvir, a essa religião que não é particularmente uma sucedânea de uma forma religiosa que já fez seu tempo, mas a religião em si mesma concebida independente de dogmas, de opiniões e de crenças, que ela deixa livre a consciência de cada um.

Ela é a religião em sua amplitude porque liga o presente ao passado e ao futuro, porque ela se confunde com a solidariedade universal e que mostrando a vida na morte e dando um corpo aos desencarnados, faz comungar juntas as almas de todos os tempos e de todos os países, associa assim todas as gerações à obra humanitária e faz, realmente, de todos os homens, estejam eles materialmente vivos na terra, estejam em sua atmosfera etérea no estado de espíritos, os membros do mesmo corpo, todos interessados igualmente ao progresso, ao talento, à ascensão de sua humanidade comum. Se eu vos falo aqui da doutrina espírita e de seu alto alcance social e religioso, é justamente porque a hora e o lugar são solenes e que convém vos relembrar, ao pé do túmulo de seu fundador, a grande tarefa que ele vos legou e a responsabilidade que pesa sobre aqueles que se dizem os discípulos e os representantes.

A árvore está plantada sem dúvida, mas é preciso regá-la, o cultivador para fazê-la crescer no solo desfavorável de nosso meio social tão fraco, tão céptico, tão perturbado, tão corrompido pelo espírito de luxo e os apetites materiais. A árvore, aliás, é sempre julgada pelos seus frutos. Se vós que sois crentes e convictos da verdade da doutrina e a professais abertamente, vós não podeis dar o testemunho em seu favor, se não vos fizerem ser observados pela pureza de vossos costumes, a honestidade de vossa conduta, a probidade de vossos atos.

Charles Fauvety "Discurso na beira túmulo da Sra. Rivail"

 

RELAÇÃO DE OBRAS PARA DOWNLOAD

 

Biografia de Charles Fauvety

 

Charles Fauvety - O espiritismo diante da ciência e o materialismo mecanicista diante da razão (Obra rara traduzida)

 

Charles Fauvety - A religião laica estudo expositivo por Vizconde de Torres-Solanot (Obra rara traduzida)
 

Prières et méditations spirites (Allan Kardec, ‎Pierre-Gaëtan Leymarie, Charles Fauvety) (1912) (Fr.)

 

Charles Fauvety - Démonstration scientifique de l'existence de Dieu (1897) (Fr)

 

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