PAUL BODIER
A MORTE
Conferência lida; em 1929, pelo sr. Paul
Bodier, presidente da Sociedade Francesa de Estudos Psíquicos, em diversas
associações espíritas da França e da Bélgica
Debemur morti nos nostraque
Horácio - Arte Poética
(Estamos destinados à morte, nós e nossos bens)
Paul
Bodier
la mort
Revue Spirite
8, Rue Copernic, 8
Paris –
1929
OBRA RARA TRADUZIDA
Tradução: Francisco Klors Werneck
Revisão e Formatação: Irmãos W. e Ery Lopes
Versão digitalizada
© 2021
Distribuição gratuita:
Portal Luz Espírita
Autores Espíritas Clássicos
Sinopse da obra:
Esta pequena monografia de Paul Bodier embasado nos ensinamentos imortais do Codificador do Espiritismo "Allan Kardec" vem trazer em pequenas pinceladas o significado da vida, demonstrando a imortalidade de nossa alma que se apura de degrau em degrau através das múltiplas reencarnações rumo a sublimidade.
Trechos da monografia:
É costume representar-se a Morte sob a figura de um esqueleto descarnado, armado de uma foice e munido de uma ampulheta. Livre fica então o curso à imaginação do homem para fazer desta figura um símbolo de espanto e terror, porquanto este espectro horrendo encerra tudo o que a morte pode apresentar de pavoroso.
É a ignóbil ceifadeira que, quando a ampulheta indica haver soado a hora que o destino marcou, abate com a sua terrível arma, inexoravelmente e sem piedade, as vidas humanas. Moços e velhos, ricos e pobres, sãos e doentes, todos têm que ser por ela atingidos e jazer por terra, lado a lado. E, à medida que se alonga a fileira das vítimas, o macabro espectro a contempla com um ríctus horrível, na satisfação de ter cumprido e de cumprir, incessantemente e sem trégua, a sua lúgubre tarefa.
Apresentado sob esta forma, o símbolo da Morte nada tem, sem dúvida, de atraente e dele nos afastamos, com pavor, o mais depressa possível, porém a sua verdadeira interpretação, baseada na ciência oculta, é muito outra e lhe tira imediatamente tudo o que nos possa repugnar.
A ampulheta indica, é certo, que a hora soou. A areia a correr significa que a nossa existência é medida. Ela o é, de fato, pelas possibilidades que nos são facultadas para que progridamos. Quando essas possibilidades se esgotarem todas, de nada nos serviria permanecer mais tempo aqui na Terra, cumprindo-nos então cuidar de colher o fruto das experiências vividas, a fim de nos nutrirmos espiritualmente e, depois de nos termos enriquecido com ele, prepararmos nova existência, que proporcionará outras oportunidades de progresso.
A hora soa para nós, mas a hora da colheita, da
época da ceifa, que é o que a foice indica. Esta, no caso, deixa de ser arma
terrível para ser o instrumento de que o ceifeiro se utiliza para cortar as
espigas maduras. O ceifeiro outro não é que a individualidade permanente, cuja
vida não pode ter fim, pois que é uma parte integrante da Vida Una, Universal,
que se manifesta numa extensíssima série de existências sucessivas.
Paul Bodier
Fontes:
Projeto Allan
Kardec (Coleção
de Manuscritos de Allan Kardec)
Fontes:
Blog Wilson
Garcia
"Antes que se quebre o cordão de prata, e se despedace o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se despedace a roda junto ao poço; 7 E o pó voltar à terra, como o era, e o espírito voltar a Deus, que o deu."
Eclesiastes (XII, 6/7)
Um dos detalhes mais interessantes dessas diversas descrições reside na indicação relativa à ruptura, no momento da morte, do laço (o cordão de prata, a que me referi ainda há pouco) que mantém unidos, durante a vida, o organismo físico e os princípios superiores do ser.
Permito-me fazer notada aqui a analogia que existe entre as manifestações sucessivas da desencarnação e as que presidem a constituição fluídica de uma aparição que chega à materialização completa.
Paul Bodier "A Morte"
"Chegado que seja o término de nossa presente existência, somos chamados a outras atividades nos mundos invisíveis, onde o nosso corpo físico de nenhuma utilidade nos seria; por isso é que importa o abandonemos como deixamos de lado uma roupa usada, que fez o seu tempo e de que não mais nos poderemos servir."
Paul Bodier "A Morte"
RELAÇÃO DE OBRAS PARA DOWNLOAD
Allan Kardec - O Livro dos Espíritos (FEB)
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