WILLIAM STAINTON MOSES

PSICOGRAFIA

 

UM TRATADO DE UMA DAS FORMAS MATERIAIS

DO FENÔMENO PSÍQUICO OU ESPIRITUAL

EXPERIMENTOS DE ESCRITA EM LOUSA

(PNEUMATOGRAFIA)

 

Titulo original:

William Stainton Moses

Psychography

A treatise on one of the objective forms of psychic or spiritual phenomena

 

W.H. Harrison.

38, Great Russell Street

London - 1878

 

OBRA RARA TRADUZIDA

 

Tradução: Wellington Alves

Revisão: Irmãos W. e Ery Lopes

Formatação: Alexandre R. Distefano
 

  Versão digitalizada:

© 2021

 Distribuição gratuita:

Portal Luz Espírita

Autores Espíritas Clássicos

Apresentação:

Este livro saiu de um relatório originalmente lido em um debate da Associação Nacional Britânica de Espiritualistas, mantido nas salas desta, no número 38 da Great Russel Street, em Londres, na tarde de 16 de dezembro de 1878.

Neste relatório, eu apresentei certas evidências da identidade de espíritos que, de tempos em tempos, se comunicavam comigo e fundei uma convicção sobre elas.

Confinado em estreitos limites pelas exigências da ocasião, lidei com um aspecto do assunto apenas e meu tratamento dele foi corrido. Considero, entretanto, melhor publicar o relatório como foi originalmente feito, com alguns poucos fatos adicionais suprindo suas imperfeições e omissões, até certo ponto, em outras partes do livro, especialmente na introdução.

Também utilizo, advindo do The Spiritualist, certas matérias que influenciaram o assunto geral deste trabalho, além de adicionar outro apêndice de casos de identidade anteriormente publicados, a cujas alusões faço no curso do meu argumento.

Escrevendo, como faço agora, aos estudantes que penetraram no anel externo deste assunto, presumo certo amontoado de conhecimento nesta parte e certa aceitação dos princípios, os quais não para discutir.

E é justo dizer que deduzo dos meus fatos certos argumentos para a tendência religiosa do Espiritualismo, os quais meus leitores modificarão ou rejeitarão como aprouverem. Provavelmente, eles já possuem suas próprias noções religiosas, mas, pelo que sim, pelo que não, os fatos são independentes de qualquer teoria que se possa ser feitas com eles.

William Stainton Moses
M. A. (OXON)
Londres, Natal de 1878.

Prefácio da obra:

As seguintes páginas dizem respeito ao que tem sido chamado de Escrita Independente, Direta ou Espiritual. Eu me aventuro a chamá-la de PSICOGRAFIA, um termo inteligível por si mesmo, moldado em palavras já existentes, e expressa o que estranhas perífrases tentaram vagamente conceber.

Eu tinha a impressão, quando primeiramente apliquei o termo, que era tão novo ao assunto quanto certamente o era para mim. Descobri, no entanto, que eu estava usando uma palavra que já havia sido utilizada anteriormente; e não me sinto culpado em dar apenas um uso maior ao termo, que é obviamente aplicável e correto.

Meu objetivo foi o de apresentar dentro do espaço conveniente um registro de fatos consistentes e influentes sobre uma única forma do fenômeno psíquico. Para esse fim, eu descartei da minha coleção tudo que não tivesse surgido do fenômeno agora sob os holofotes.

Quis não apresentar uma teoria aceitável. Aliás, enumerei várias e mostrei, em alguns casos, o quanto encaixam ou não encaixam nos fatos observados. Mas, nunca assumi tomar para mim o posto de advogado de qualquer uma delas. Embora o quão distante mantive-me disto, em alguns casos, aventurei-me em dar opiniões dos registros apresentados, até onde foi possível fazê-lo sem violentar o contexto.

Ao submeter o que escrevo ao julgamento de meus leitores, professo minha firme crença na verdade natural dos fatos elencados e meu profundo senso de sua enorme importância, ambos imbuídos de seus valores intrínsecos e como parte de um grande sistema de fatos e fenômenos psicológicos. O estudo dos quais deve finalmente lançar raios de luz em alguns problemas que, ao dia presente, são mais de uma vez bem interessantes e mais estupefacientes.

Ver um homem treinado e com intelecto prático que deseja devotar-se ao labor assíduo de uma vida inteira a um assunto diminuto, na esperança de clarear uma pequena face do mesmo é, de certo ponto de vista, um ato esperançoso e encorajador; porém, tende-se a amontoar pensamentos de tristeza quando se reflete que a busca da verdade em uma de suas faces é freqüentemente conjugada a um desprezo desdenhoso para com esse estudo nobre da humanidade, dos próprios poderes, destino e natureza do homem.

O resultado é, primariamente, de ignorância, seguido do preconceito, finalmente de nojo às fraudes constantemente detectadas. A estas atitudes - desvalidas, por sinal - podem, creio eu, melhor ser combatidas por exposições pacientes da verdade do que por qualquer proselitismo, embora vigoroso e disseminado, ou por qualquer controvérsia, debalde conduzida habilidosamente.

Um fato deve finalmente ficar em seu lugar; não interessa onde, salvo àqueles que puderem se aproveitar do seu conhecimento, seja agora ou em eras sucedâneas, quando nossas crianças aproveitarão, as quais, espero, serão mais espertas que seus pais.

É com esta convicção que eu tenho me esforçado a elucidar um entre muitos dos fatos que testemunham a existência de uma alma no homem e sua ação independente além do corpo físico; uma prova de sua sobrevivência e vida independente quando liberta pela morte de sua prisão terrena.

William Stainton Moses
M. A. (OXON)

Sessões de pneumatografia com o médium Slade

(Nova Iorque, 15 de outubro de 1876)

Enquanto não tínhamos batidas indicativas do fim da sessão, mantivemo-nos nos nossos lugares, falando sobre o que ocorrera. Após algum tempo, uma mão similar àquela que primeiro escreveu, mostrou-se vindo por debaixo da mesa, perto do canto onde Dr. Slade estava. Ela parava no pulso como as anteriores e como tais permaneceu visível por muitos minutos, então sumiu de vista. Isso encerrou a sessão.

Quando fui examinar a escrita que havia testemunhado a execução, descobri que a primeira foi escrita em inglês, uma comunicação simplória com a assinatura da esposa morta do Dr. Slade. A última, menos a primeira frase no papel (título em inglês: Lei do Amor, Mt 5:43-45), estava em grego.

Agora, meu conhecimento de grego, imperfeito desde que sai do colégio, tinha, após mais de meio século de desuso, enferrujado tanto que mal podia traduzir uma palavra, aqui e ali. Eu enviei o manuscrito a dois dos melhores professores de grego da Universidade de Harvard e deles tive a assertiva de que eram o que diziam ser (uns poucos aspirados e acentos apenas omitidos), o original de três versículos, abaixo descritos:

‘43. Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo.

44. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus;

45. Porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos.’

Realmente a ‘Lei do Amor.’ Para aqueles de seus leitores que são familiares com grego poderão julgar o original por si mesmos, eu envio uma fotografia do que obtive.

Eu fecho sem comentar, meramente lembrando a seus leitores: Que a sessão foi feita à luz.

Que a folha de papel permaneceu em minha posse desde a hora que a recebi para examinar até o término da sessão e nunca mais saiu de meu poder.

Que a realidade do fenômeno foi evidenciada por dois sentidos: do tato e, a melhor e mais convincente de todas, o testemunho daquilo que os velhos poetas chamavam de "olhos fiéis."

William Stainton Moses "Psicografia"

Fontes: Survival After Death (William Stainton Moses)

Fontes: Portal Luz Espírita (Pneumatografia)

Há quase cinco anos, me familiarizei com os fenômenos de psicografia ou escrita direta e tenho observado um vasto número de casos, com psíquicos reconhecidos publicamente e com damas e cavalheiros anônimos, que possuem o dom e prontamente dão resultado. No curso dessas observações, tenho visto psicografias obtidas em caixas fechadas e lacradas, em uma maneira similar aos experimentos como descritos no caso do Barão Guldenstubbé; em papéis previamente marcos e postos em posições especiais, das quais não foram movidos; em papéis marcados e postos debaixo de mesas, no escuro; em papéis nos quais eu pus meu cotovelo e outros cobertos pela minha mão; em papéis envelopados e em fardos seguramente amarrados.

Eu sei que tais escritas são quase instantaneamente produzidas e, nos experimentos recentes, aos quais falarei no tempo apropriado, confirmam-me que o processo empregado nem sempre é o mesmo. Muitas vezes o lápis parece escrever como se movido por uma mão invisível, embora possa ser vista em outras, guiando e controlando seus movimentos; noutras os escritos parecem ser produzidos por um esforço instantâneo sem o uso de lápis.

William Stainton Moses "Psicografia"

"A escrita direta, ou pneumatografia, é a que se produz espontaneamente, sem a ajuda, nem da mão do médium, nem do lápis. Basta tomar-se de uma folha de papel branco — o que se pode fazer com todas as precauções necessárias, para se ter a certeza da ausência de qualquer fraude —, dobrá-la e depositá-la em qualquer parte, numa gaveta ou simplesmente sobre um móvel. Feito isso, se a pessoa estiver nas devidas condições, ao fim de mais ou menos longo tempo se encontrarão traçados no papel, letras, sinais diversos, palavras, frases e até dissertações, as mais das vezes com uma substância acinzentada, igual a grafite, doutras vezes com lápis vermelho, tinta comum e até tinta de imprimir."

Allan Kardec, O Livro dos Médiuns - 2ª parte, cap. VIII, item 127

No fenômeno de pneumatografia, os Espíritos agem diretamente sobre a matéria da nossa dimensão, manipulando-a conforme suas necessidades a fim de produzir a escrita direta.

"Para escrever dessa maneira, o Espírito não se serve das nossas substâncias, nem dos nossos instrumentos. Ele próprio fabrica a matéria e os instrumentos de que precisa, tirando os materiais necessários para isso do elemento primitivo universal que, pela ação da sua vontade, sofre as modificações necessárias à produção do efeito desejado. Portanto, é possível para ele fabricar tanto o lápis vermelho, a tinta de imprimir, a tinta comum, como o lápis preto, ou até caracteres tipográficos bastante resistentes para darem relevo à escrita, conforme temos tido ensejo de verificar."

Allan Kardec, O Livro dos Médiuns - 2ª parte, cap. XII, item 148

"Não há como negar que o fenômeno da escrita direta ou pneumatografia é um dos mais extraordinários do Espiritismo; mas, por muito anormal que pareça à primeira vista, constitui hoje fato averiguado e incontestável. A teoria — sempre necessária, para nos inteirarmos da possibilidade dos fenômenos espíritas em geral — talvez se faz mais necessária ainda neste caso que, sem contestação, é um dos mais estranhos que se possam apresentar, porém que deixa de parecer sobrenatural, até que se compreenda seu princípio."

Allan Kardec, O Livro dos Médiuns - 2ª parte, cap. XII, item 146

 

RELAÇÃO DAS OBRAS PARA DOWNLOAD

 

 

Allan Kardec - O Livro dos Médiuns (Obra de Allan Kardec - "O Livro dos Médiuns" - Segunda Parte - Das Manifestações Espírita - Pneumatografia Cap.VIII / XII)

 

 

 

William Stainton Moses - Psicografia (Obra rara traduzida)

 

 

 

William Stainton Moses - Psychography (1878) (Eng)

 

 

 

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