FLORENCE COOK

A GRANDE MÉDIUM INGLESA

DE EFEITOS FÍSICOS

(1856 - 1904)

 

O ESPÍRITO Katie King MATERIALIZADO

ANALISADO POR WILLIAM CROOKES

(Londres, 29 de março de 1874)

 

Ectoplasta [do grego ektós + plas (ma) + -ta] - Médium de efeito físico que empresta potencial ectoplásmico para materialização de Espírito ou objeto espiritual.

Ectoplasma [do grego e do latim, respectivamente: ektós + plasma]- 1. Biologia: parte periférica do citoplasma. 2. Parapsicologia: termo criado por Charles Richet para designar a substância visível que emana do corpo de certos médiuns. 3. Para a ciência espírita, designa a substância viscosa, esbranquiçada, quase transparente, com reflexos leitosos, evanescente sob a luz, e que tem propriedades químicas semelhantes às do corpo físico do médium, donde provém. É considerada a base dos efeitos mediúnicos chamados físicos, como a materialização, pois através dela os Espíritos podem atuar sobre a matéria.

Biografia de Florence Cook:

A médium Inglesa Florence Cook nascida no dia 3 de junho 1856, e desencarnada na mesma cidade em 1904.

Os primeiros pormenores da vida de Florence são fornecidos por ela própria, em carta dirigida a Mr. Harrison em maio de 1872. Diz a carta: "Tenho 16 anos de idade. Desde a minha infância vejo os espíritos e ouço-os falar.

Tinha o costume de sentar-me a sós e conversar com eles. Eles me cercavam e eu os tomava por pessoas vivas. Como ninguém os via nem ouvia, meus pais procuraram inculcar em mim a idéia de que tudo era produto de minha imaginação.

Todavia não conseguiram modificar o meu modo de pensar a respeito do assunto e foi assim que passei a ser considerada como uma menina excêntrica.

Na primavera de 1870 fui convidada a visitar uma amiga de colégio. Ela me perguntou se eu já ouvira falar de Espiritismo, acrescentado que seus pais e ela se reuniam em torno de uma mesa. Nessa situação obtinham certos movimentos; disse que, se eu consentisse, ainda naquela tarde ensaiariam uma experiência comigo".

Miss Cook pediu permissão a sua mãe e, em seguida, realizaram a primeira sessão, obtendo-se a comunicação de um espírito que se dizia ter sido a sua tia. Mais tarde, quando a jovem ficou em pé junto a mesa, esta se ergueu a uma altura de 4 pés. Miss Cook dá continuidade ao seu relato: "Na segunda sessão os espíritos nos deram provas de identidade, mas não chegamos a ficar de todo convencidas.

Por fim, recebemos por tiptologia, uma comunicação orientando-nos para que deixássemos o aposento em penumbra. Eles me ergueriam e dariam comigo volta à sala. Não consegui conter o riso. Aquilo não era possível. Entretanto, decidiu-se apagar a luz. Apesar disso, a claridade que entrava pela janela não deixou a sala inteiramente às escuras.

De imediato senti que alguém me tirava da cadeira, e, no instante seguinte, fui erguida até o teto, fato que todas as pessoas presentes na sala puderam ver. Sob meu espanto, transportaram-me sobre as cabeças dos assistentes, até que fui posta sobre uma mesa existente no extremo da sala. Minha mãe indagou se podíamos obter esse fenômeno. A mesa respondeu que sim, visto que eu era médium.

Reunimo-nos em nossa casa. Os espíritos quebraram a nossa mesa e duas cadeiras, fazendo ainda outros estragos. Em vista disso, resolvemos que, de modo algum tornaríamos a realizar sessões.

Então os espíritos começaram a nos atormentar, atirando sobre mim livros e outros objetos; as cadeiras passeavam sozinhas pela sala, a mesa se erguia violentamente, enquanto fazíamos as refeições, e fortes ruídos eram ouvidos durante a noite, fazendo-nos estremecer de medo.

Por fim nos vimos obrigadas a nos reunirmos em torno da mesa e a tentar um diálogo com eles.

Os espíritos disseram que fôssemos a Navarino Street, 74" onde existia uma sociedade espírita. O endereço estava certo. Lá encontramos Mr. Thomas Blyton que nos convidou a assistir a uma sessão onde entrei em transe e, por incorporação, uma entidade disse aos meus pais que, se contássemos com o auxílio de Mr. Herne e Mr. Williams, obteríamos comunicações de valor.

Reunimo-nos várias vezes e, finalmente, obtivemos os fenômenos prometidos. O espírito que dirigiu a sessão disse chamar-se Katie King".

No dia 21 de abril de 1872, em sessão organizada para estudos de sua mediunidade, conforme ata publicada no "The Spiritualist", ouviu-se um bater de vidros da janela sem que ninguém descobrisse a causa.

Então ouviu-se a voz de um espírito que disse: "Mr. Cook, é preciso que façais desobstruir o canal da calha, se desejais evitar que os alicerces da casa sofram". Surpresos, os presentes procederam a exame imediato, havendo a confirmação do que fora dito.

No dia seguinte, em outra sessão, o espírito Katie King se materializou parcialmente pela primeira vez. Katie mostrou-se na abertura da cortina e falou durante alguns minutos, ocasião em que os presentes puderam acompanhar o movimento de seus lábios.

Florence Cook foi a primeira médium entre os médiuns ingleses a obter materializações integrais em plena luz. Com o avanço das experiências, Florence, que antes, nas materializações parciais permanecia consciente, passou a cair em transe à medida que Katie King ia adquirindo domínio da situação e conseguindo-se mostrar mais perfeitamente.

Seu rosto a princípio dava a impressão de ser oco por trás. Mais tarde preencheu-se, os crepes ectoplásmicos se tornaram menos abundantes e, um ano depois, ela já conseguia caminhar do lado de fora da cabine.

Quando lhe pediram para se deixar fotografar à luz de flashes, observou-se que a sua semelhança com Florence era muito grande. Era um problema, e, para provar que era um ser distinto de Miss. Cook, ela alterou a cor de sua face para tons de chocolate e azeviche.

Em uma experiência feita logo em seguida, a médium foi amarrada apertadamente pelos assistentes no interior do gabinete. Depois foi observada toda uma gradação de diferenças entre ela e a médium. Estava reservado a Sir William Crookes fornecer as provas definitivas de que Katie King tinha uma existência à parte da de Miss Cook.

É preciso consignar que foi a própria Florence quem procurou o professor Crookes a fim de solicitar-lhe que investigasse a sua mediunidade. Eis como ela narra o episódio: "Fui à casa de Mr. Crookes sem dizer nada aos meus pais nem aos meus amigos. Ofereci-me como um sacrifício voluntário perante a sua incredulidade. Pouco antes se dera o desagradável incidente com Mr. Volckman.

Os que não conheciam o fenômeno dirigiam palavras cruéis contra mim. Mr. Crookes fizera um comentário que me atormentava e foi por isso que me decidi a ir procurá-lo. Ele me recebeu e eu lhe disse: - Já que acreditais que sou uma impostora, se quiserdes virei submeter-me a experiências em vossa própria casa.

Vossa esposa pode vestir-me como quiserdes e deixarei convosco o que tiver trazido. Podereis vigiar-me como vos aprouver; submeter-me-ei às experiências que desejardes, de modo que vos contenteis em todos os sentidos.

Só imponho uma condição: se verificardes que sou agente de uma mistificação, denunciai-me publicamente; mas se vos certificardes de que os fenômenos são reais e de que eu mais não sou que o instrumento de forças invisíveis, isso direis ao público de modo que todo o mundo tome conhecimento da verdade.

William Crookes aceitou o repto, disso resultando um dos mais tumultuosos e dramáticos episódios da História do Espiritismo.

Após da despedida do espírito Katie King, a mediunidade de Miss Florence foi utilizada por outra entidade que dizia chamar-se Marie, a qual, por mostrar-se cantando e dançando, foi denominada Marie, a dançarina.

Em 1899, atendendo a um convite da Sphiny Society, de Berlim, Miss Cook já então Mrs. Corner pelo casamento, assentiu em realizar algumas sessões, nas quais Marie se materializou e produziu fenômenos sensacionais. Por essa altura Florence já se havia casado, em 1874, com um cavalheiro chamado Elgie Corner e vivia em Usk, no País de Gales, onde teve vários filhos.

Em 1904, William Crookes recebeu uma carta, datada de 24 de abril, na qual era-lhe comunicado o falecimento de Mrs. Corner. Ele respondeu expressando viva simpatia e declarando ainda que a vida post-mortem muito devia, quanto à sua certeza, à mediunidade da antiga Miss Florence Cook.

Com esse episódio se encerra uma vida que conheceu tanto sensacionalismo quanto o das grandes atrizes da atualidade. A Doutrina Espírita deve eterna gratidão à menina de 15 anos, que, sacrificando sua juventude nos laboratórios dos sábios, prestou os mais relevantes serviços à comprovação científica da imortal obra de Allan Kardec.

William Crookes - Fatos Espíritas

Foto 01 - A foto mostra o espírito de Katie King junto do cientista Sir William Crookes. Esta foto ele jamais permitiu fosse divulgada. Nela vê-se o verso que o sábio escreveu sensibilizado pela beleza do espírito Katie King materializado.

"Numa sessão realizada ontem à noite Hackney (Londres, 29 de março de 1874). Katie nunca apareceu com tão grande perfeição. Durante perto de duas horas passeou na sala, conversando  familiarmente com os que estavam presentes. Várias vezes  tomou-me o braço, andando, e a impressão sentida por mim era a  de uma mulher viva que se achava a meu lado, e não de um  visitante do outro mundo; essa impressão foi tão forte, que a tentação de repetir uma nova e curiosa, experiência tornou- se-me quase irresistível".

Foto 02 - Esta fotografia foi tirada por Sir William Crookes usando a luz elétrica. Sentado à direita é o cirurgião Dr. James M. Gully

Os experimentos foram realizados em condições de teste rigorosos, impostas por Crookes, que gravou as diferenças físicas da pele, coloração de cabelo, altura, batimento do coração, tipo de pele, rosto, tamanho dos dedos, além de maneiras e formas de expressão entre a figura materializada Katie King e da médium Florence Cook.

Foto 03 - Esta fotografia foi tomada pelo presidente da Royal Society, Sir William Crookes, e mostra o cirurgião Dr. James M. Gully na gravação do pulso de Katie King

"Uma noite, contei as pulsações de Katie; o pulso batia  regularmente 75, enquanto o da Srta Cook, poucos instantes depois atingia a 90, seu número habitual. Auscultando o peito de  Katie, eu ouvia um coração bater no interior e as suas pulsações  eram ainda mais regulares que as do coração da Srta. Cook,  quando, depois da sessão, ela me permitia igual verificação.

Examinados da mesma forma, os pulmões de Katie  mostraram-se mais sãos que os da médium, pois, no momento em que fiz a experiência, a Srta. Cook seguia tratamento médico  por motivo de grave bronquite".

Foto 04 - "Katie King" e Florence Cook são fotografados juntos, demonstrando que são duas entidades separadas

Tenho a  certeza mais absoluta, diz o ilustre sábio, de que a Srta. Cook e  Katie King são duas individualidades distintas (William Crookes)

Foto 05 - A fotografia mostra Katie King no processo de materialização

Alguns pesquisadores afirmam que formas materializadas completas oferecem evidência mais forte de sobrevivência e que são quase impossíveis de serem reproduzidas por meios normais ou fraudulentas.

Durante um período de três anos, Katie King apareceu para William Crookes e aos seus colegas pesquisadores em muitos estados de solidez na materialização.

Foto 06 - Esta fotografia mostra a figura totalmente materializado de Katie King

"Na Fotografia", disse William Crookes. E tão impotente para representar a beleza perfeita do rosto de Katie quanto as próprias palavras o são para  descrever o encanto de suas maneiras. A fotografia pode, é  verdade, dar um desenho do seu porte; mas como poderá ela reproduzir a pureza brilhante de sua tez ou a expressão sempre cambiante dos seus traços, tão móveis.

Foto 07 - O espírito de Katie King

Antes de terminar este artigo, desejo salientar algumas  diferenças que observei entre a Srta. Cook e Katie. A estatura de  Katie era variável: em minha casa a vi maior 6 polegadas do que  a Srta. Cook. Ontem à noite, tendo os pés descalços e não se  apoiando na ponta dos pés, ela era maior 4 polegadas e meia do  que a Srta. Cook e tinha o pescoço descoberto; a pele era  perfeitamente macia ao tato e à vista, enquanto a Srta. Cook tem  no pescoço uma cicatriz que, em circunstâncias semelhantes, se  vê distintamente, sendo áspera ao tato.

As orelhas de Katie não  são furadas, enquanto as da Srta. Cook trazem ordinariamente  brincos. A cor de Katie é muito branca, enquanto a da Srta. Cook  é muito morena. Os dedos de Katie são muito mais longos que os  da Srta. Cook e seu rosto é também maior. Nas formas e  maneiras de se exprimir há também diferenças assinaladas.

Foto 08 - O espírito de Katie King

Uma das fotografias mais interessantes é aquela em que estou  em pé, ao lado de Katie, tendo ela o pé descalço sobre  determinado ponto do soalho. Vestiu-se em seguida a Srta. Cook como Katie; ela e eu nos colocamos exatamente na mesma  posição, e fomos fotografados pelas mesmas objetivas colocadas  perfeitamente como na outra experiência, e alumiados pela  mesma luz.

Quando os dois esboços foram postos um sobre o  outro, as minhas duas fotografias coincidiram perfeitamente  quanto ao porte, etc., mas Katie é maior meia cabeça do que a  Srta. Cook e perto dela parece uma mulher gorda. Em muitas  provas, o tamanho do seu rosto e a estatura do seu corpo diferem  essencialmente da médium e as fotografias fazem ver vários outros pontos de dessemelhança.

Fontes: Documentário BBC - A Ciência e as Sessões Espíritas (Science and the Seance) (Documentário produzido pelo respeitado canal de televisão britânico BBC, no qual temos o resgate histórico daqueles foram os mais extraordinários eventos do século XIX: as manifestações espirituais, das quais brotaram, além da Doutrina Espírita, as grandes e revolucionárias invenções tecnológicas na âmbito das telecomunicações, como o rádio e a televisão)

Fontes: De Katie King aos dias atuais (Palestra com Raul Teixeira abordando temas como: Materializações de espíritos, fenômenos psíquicos, mediunidade e muito mais com a médium Florence Cook)

Fontes: Survival After Death (Materializações do espírito Katie King)

Fontes: Psychictruth

"Tenho 16 anos de idade. Desde a minha infância vejo os Espíritos e ouço-os falar. Tinha o costume de sentar-me a sós e conversar com eles. Eles me cercavam e eu os tomava por pessoas vivas.

Como ninguém os via nem ouvia, meus pais procuraram inculcar em mim a ideia de que tudo era produto de minha imaginação. Todavia não conseguiram modificar o meu modo de pensar a respeito do assunto e foi assim que passei a ser considerada como uma menina excêntrica.

Na primavera de 1870 fui convidada a visitar uma amiga de colégio. Ela me perguntou se eu já ouvira falar de Espiritismo, acrescentado que seus pais e ela se reuniam em torno de uma mesa. Nessa situação obtinham certos movimentos; disse que, se eu consentisse, ainda naquela tarde ensaiariam uma experiência comigo".

 Florence Cook narra em carta dirigida a Mr. Harrison em maio de 1872

 

RELAÇÃO DE ARTIGOS PARA DOWNLOAD

 

As pesquisas de William Crookes com a médium Florence Cook (William Crookes - Fatos Espíritas)

 

Narração de uma experiência científica feita por Crookes e Varley, em uma das sessões de materialização do Espírito de Katie King (William Crookes - Fatos Espíritas)

 

RELAÇÃO DE OBRAS PARA DOWNLOAD

 

Biografia de Florence Cook

 

William Crookes - Fatos Espíritas (Obra espírita rara)

 

Ernesto Bozzano - Materializações de Marie, a dançarina (Obra espírita rara)

 

Wallace Leal V. Rodrigues - Katie King (Obra espírita rara)

 

Un Adpte - Katie King Histoire de ses Apparitions (1899) (Fr.)

 

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