Manuel Sanz Benito
o Filósofo espírita espanhol
professor de Metafísica e Lógica nas universidades de Barcelona, Valhadolid e Madri
SECRETÁRIO DO Primeiro Congresso Internacional Espírita 1888
AMIGO DE ALVERICO PÉRON E VIZCONDE DE TORRES-SOLANOT
(1860 - 1911)
Biografia de Manuel Sanz Benito:
O filósofo Manuel Sanz Benito foi um destacado espírita, ligado desde a juventude à revista O Critério Espírita e a Alverico Perón. Publicou notáveis obras filosóficas como A Ciência Espírita ou A Psique. Foi professor de Metafísica e Lógica nas universidades de Barcelona, Valhadolid e Madri.
Liberal, também esteve ligado à corrente filosófica krausista de Julián Sanz del Río, como Francisco de Paula Canalejas (a quem Alverico Perón dedicou sua Carta de um Espírita). Por suas profundas convicções espíritas, teve de suportar a intolerância e o fanatismo de alguns setores para poder exercer sua cátedra em Barcelona.
Os anos de juventude e seu compromisso social
Manuel Sanz Benito nasceu na província de Madri em 15 de fevereiro de 1860. Conheceu muito cedo a filosofia espírita, pois em 1877, aos 17 anos, publicou o artigo "A dúvida na sociedade" no O Critério Espírita. Sua colaboração na revista criada por Alverico Perón e com a Sociedade Espírita Espanhola foi muito frutífera, e se prolongou até 1889.
Recebeu seu doutorado pela Faculdade de Filosofia e Letras e ganhou em concurso uma cátedra de Filosofia. No Instituto de Lugo permaneceu por espaço de 3 anos. A partir daí tornou-se professor de Filosofia em Guadalajara, onde desenvolveu uma importante atividade cultural. Nesta cidade foi um destacado membro do Ateneu Caracense, que presidiu em 1891. E ali proferiu o discurso Determinismo e liberdade. Além disso, na cidade alcarrense, foi diretor da Revista Ateneu Escolar e participou do encontro do Centro Volapukista (língua artificial, concorrente do Esperanto).
Entre seus trabalhos sociais, deve-se destacar que foi o promotor da Caridade Escolar, uma sociedade benéfica fundada em 1889 em Guadalajara. O seu objetivo era fornecer vestuário e calçado aos filhos de famílias trabalhadoras que se distinguissem em aplicação nos estudos e conduta exemplar.
As obras filosóficas e espíritas
Durante seus anos como professor em Guadalajara, tornou-se um dos principais defensores do espiritismo na Espanha. Participava de Congressos Internacionais Espíritas e publicava artigos no O Critério Espírita e na Revista de Estudos Psicológicos.
Em 1890 Manuel Sanz Benito publicava A Ciência Espírita, com prólogo do Vizconde Torres-Solanot, e em 1891 presidiu o Ateneu Caracense em Guadalajara, onde proferiu o discurso Determinismo e Liberdade.
No alvorecer do século XX, em 1900 publicou A psique, obra onde trata do estudo da alma ou espírito, onde afirma:
“Pelo contrário, o espiritismo sustenta a existência da alma como realidade palpável perante a consciência, da mesma forma que os objetos materiais são percebidos perante os sentidos. E enquanto o materialismo nega a existência do Eu e da personalidade humana idêntica em cada momento do tempo, o espiritualismo racional faz dessa identidade pessoal o primeiro princípio de prova para suas elucubrações. Ele afirma, também, não apenas a existência da alma, a Psique, como entidade não emanada de forças orgânicas, mas possuindo características próprias de espontaneidade e liberdade em seu modo de agir, e como resultado de tudo, a persistente individualidade fora da carne, a transcendência da vida do ser”.
O magistério na universidade
Em 22 de março de 1893, ele ganhou em concurso a cátedra de Metafísica da Universidade de Barcelona. Este fato parecia provar que na Espanha era possível existir um Espiritismo de cátedra, rigoroso e científico. No entanto, logo a reação de clericalistas e carlistas desencadeou um ataque furibundo contra o novo professor, como evidenciado por inúmeras altercações que podem ser acompanhadas na imprensa contemporânea, como O Dilúvio.
Este fato não era novo, já fora sofrido por outros professores como o krausista Julián Sanz del Río em 1865 na Universidade Central de Madri. Como consequência desta perseguição, Manuel Sanz Benito permutou a cátedra em Barcelona pela de Valhadolid. E mais tarde, por concurso, ocupou a cátedra de Lógica Fundamental na Universidade de Madri. Desencarnou em Madri em 1911 e, como Sanz del Río ou González Soriano, foi sepultado no cemitério livre.
Bibliografia de Manuel Sanz Benito
1890. A
ciência espírita, Barcelona: Imprensa de Daniel Cortezo e Companhia, 199 págs.
(com um prefácio do Vizconde de Torres-Solanot)
1891. Determinismo e liberdade. Discurso pronunciado no Ateneu Caracense pelo
presidente do centro Sr. Manuel Sanz Benito, Valhadolid: Imprensa de Jorge
Montero, 19 págs.
1893. Programa vigente na área de Metafísica. Barcelona: F. Giró, 35 págs.
1897. Programa de Metafísica. Valhadolid: Sucessores Hijos de Rodríguez, 36
págs.
1900. A psique, Valhadolid: Imprensa de Jorge Montero, 167 págs.
1900. Propedêutica lógica. Valhadolid: Imprensa de Jorge Montero, 36 págs.
[s.a.] Filosofia popular: palestra dada na Sociedade El Fomento de las Artes de
Madrid. Valhadolid: Imprensa de Jorge Montero, 30 págs.
Artigos no O Critério Espírita
1877.
«A dúvida na sociedade», O Critério Espírita, 10, págs. 101-104.
1882. «Dúvida ou realidade. O que é a verdade?», O Critério Espírita, 15, págs.
113-115.
1883. «O que é o homem?», O Critério Espírita, 16, págs. 1-4.
1884. «Discurso na comemoração do aniversário de Allan Kardec», O Critério
Espírita, 16, págs. 50-53.
1884. «Discurso sobre Allan Kardec», O Critério Espírita, 17, págs. 64-67.
1885. «Ao espírito de Allan Kardec. A morte», O Critério Espírita, págs. 52-ss.
1886. «Recordando Kardec», O Critério Espírita, 19, págs. 56-ss.
1886. «A liberdade iluminando o mundo», O Critério Espírita, 19, págs. 146-148.
1887. «Idealidade na vida», O Critério Espírita, 20, págs. 142-144.
1888. «O impossível», O Critério Espírita, 21, págs. 45-47.
1888. «Trabalhemos com Kardec», O Critério Espírita, 21, págs. 76-ss.
1888. «Resumo do discurso pronunciado no Congresso Internacional Espírita», O
Critério Espírita, 21, págs. 166-ss.
1889. «Positivismo e espiritismo», O Critério Espírita, 22, págs. 87-89.
1889. «O raciocínio, sinal de pouco entendimento: os bons e os sábios», O
Critério Espírita, 22, págs. 103-ss.
1889. «O Espiritismo do ponto de vista vulgar», O Critério Espírita, 22, págs.
118-ss.
1889. «Congresso Espírita de Paris. Discurso pronunciado nesse Congresso», O
Critério Espírita, 22, págs. 161-164.
1889. «O Espírito: sua realidade, sua imortalidade e progresso indefinido», O
Critério Espírita, 22, págs. 181-185.
Outras colaborações
1889.
Discours dans le Congrès Spiritualiste International tenu à Paris a l’occasion
de l’Exposition Universelle de 1889. Valhadolid.
1893. «O Espírito: sua realidade, sua imortalidade e progresso indefinido»,
Revista de Estudos Psicológicos, 25, págs. 163-169.
1893. «Discurso (sobre espiritismo)», Revista de Estudos Psicológicos, 25, págs.
292-297.
Fontes
O
Critério Espírita (1868-1878) (Na Biblioteca Digital Hispânica podem ser
consultados alguns anos desta revista 1868, 1869 y 1878)
1927. MÉNDEZ BEJARANO, M. História da Filosofia na Espanha até o século XX.
Madri: Renascimento.
1934. V Congresso Espírita Internacional. Livro resumo.
Primeiro Congresso Internacional Espírita de Barcelona em 1888
PRESIDENTE HONORÁRIO
Sr. José María Fernández,
Presidente honorário da Comissão organizadora.
PRESIDENTES
Sr.Visconde de Torres-Solanot,
presidente da Comissão organizadora.
Sr. Pierre Gaetan Leymarie,
representante da Sociedade Científica do Espiritismo de Paris,
continuadora daquela fundada por Allan Kardec.
Cavaliero Efisio Ungher
da Academia Internacional de Roma, diretor do jornal Lux.
Dr. Huelbes Temprado,
vice-presidente da Sociedade Espírita Espanhola.
VICE-PRESIDENTES
Dª Amalia Domingo Soler,
fundadora e diretora do jornal La Luz del Porvenir.
Dr. Hoffman,
da Academia Internacional de Roma.
Sr. Facundo Usich,
presidente do Centro Barcelonês de Estudos Psicológicos e vice-presidente
da Comissão organizadora.
Sr. Miguel Vives,
presidente da Federação Espírita do Vallés e vice-presidente da Comissão
organizadora.
SECRETÁRIOS
Dr. Manuel Sanz Benito, da Espírita Espanhola.
Sr. Eulógio Prieto,
presidente do Centro El Salvador de Sagüa la Grande (Cuba).
Sr. Narciso Moret, do Centro de Gerona.
Sr. Modesto Casanovas,
do Centro Barcelonês e da Comissão organizadora.
Ver no
site Alverico Péron O Divulgador Espírita Espanhol
Fontes:
Sociedad Spañola de Divulgadores Espíritas
Fontes:
Federación Espírita Española
Fontes:
Curso Espirita (El Criterio Espiritista)
"Faz quarenta anos que o Espiritismo se espalhou na Europa, e é de espantar, se contemplado com severa imparcialidade, o grande progresso que como doutrina tem alcançado, e a propaganda que tem realizado.
Porém o espanto é maior contemplando a sua virtualidade e a gênese da sua existência e época do seu surgimento.
Fatos insólitos, inexplicáveis para a crítica racional e para a crítica positivista, causaram surpresa a algumas pessoas que, através de uma observação profunda e repetida, deduziram com lógica incontestável que os objetos inertes adquiriam movimento sem agente impulsor conhecido, e que esses movimentos correspondiam a uma vontade manifesta, havendo ali um agente psíquico em relação com as coisas e pessoas.
Verdade nova, verdade incontrovertível como de observação experimental, e verdade transcendente porque experimentalmente estava a nos demonstrar a existência do elemento humano pelo qual a metafísica espiritualista tem lutado em tantas batalhas em todos os tempos históricos, sem conseguir uma vitória decisiva, por partir de hipóteses, que, se podiam levar à afirmação racional do espírito, nas suas múltiplas deficiências oferecia armas com as quais as outras escolas a combatessem.
Mais uma vez no mundo, o fato ao parecer insignificante dava corpo e vida à ideia. Do movimento de uma mesa nascera toda uma nova filosofia, como surgira de outro fato singelo a tese da gravitação universal de Newton."
Manuel
Sanz Benito
"O Filósofo Espírita"
RELAÇÃO DE OBRAS PARA DOWNLOAD
Biografia de Manuel Sanz Benito
Manuel Sanz Benito - A Ciência Espírita
(Obra rara traduzida)
Estudos Filosóficos - A Psique - Manuel Sanz Benito
(Obra rara traduzida)
Primeiro Congresso Internacional Espírita 1888
(Obra rara traduzida)
Baixar todas as obras
no arquivo zipado