AMIGO DOS POSTULADOS IMORTAIS DE ALLAN KARDEC

Um devotado divulgador do Espiritismo Cristão

    JORGE LEITE DE OLIVEIRA

articulista mensal da revista ESPÍRITA REFORMADOR

(OS GRANDES TRABALHADORES DA FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA - FEB)

(1952 -     )

 

JORGE, O SONHADOR

Crônicas no estilo Machado de Assis, poemas,

  traduções e mensagens

Biografia de Jorge Leite de Oliveira:

Nasceu na Penha, RJ, em 16 de março de 1952. É o terceiro mais velho dos sete filhos, ainda vivos, do casal mineiro Sebastião Ribeiro de Oliveira, falecido aos 53 anos, e Cely Leite de Oliveira, falecida aos 89 anos, que tiveram, ainda, filha desencarnada com poucos meses de idade, quando moravam em Tombos, MG. Os pais faleceram no Rio de Janeiro.

Iniciou seus aprendizados espíritas na Mocidade Espírita Irmão Isaac, do Centro Espírita Jesus, Maria e José, na rua Itaperoá, 90, transversal à Estrada do Barro Vermelho, em Rocha Miranda, RJ. O ano foi 1973 e ali atuou até sua transferência para Salvador, BA, por transferência, após conclusão do curso de sargento, na especialidade de auxiliar de saúde do Exército, quando, dois ou três meses antes, fora nomeado “presidente” daquela Mocidade em 1975.

Em Salvador, BA, enquanto trabalhou no 19º Batalhão de Caçadores (19º BC), frequentou a Mocidade Espírita Nina Arueira e o Centro Espírita Caminho da Redenção, fundado por Divaldo P. Franco e Nílson Pereira. O coordenador da Mocidade, na época, 1975 ou 76, era o Dr. André Luís Peixinho, brilhante inteligência que, juntamente com outros jovens não menos cultos, como a esposa do coordenador, o Dr. Edilton e a amiga Josieda, muito o influenciaram no sentido de se dedicar, cada vez melhor e mais intensamente, ao estudo e difusão da Doutrina Espírita.

Entretanto, para espanto do capitão comandante da companhia do 19º BC, onde servia, em Salvador, com apenas um ano e meio lá, Jorge foi transferido para o 4º Batalhão de Engenharia de Construção, em Barreiras, BA. Despediu-se, então, do Centro Espírita Caminho da Redenção e partiu para o interior baiano. Ali, após procura de algumas semanas, encontrou o grupo espírita que iria inaugurar, um ano depois, o Centro Espírita Joanna de Ângelis. Estava-se no ano de 1977...

Enquanto morou em Barreiras, Jorge foi um dos expositores das palestras públicas e dirigente do grupo mediúnico daquele centro espírita. Ali morou durante três anos. No último ano lá, casou-se com Maria de Lourdes Pereira de Oliveira, que sempre demonstrou profundo amor ao trabalho socorrista das pessoas em situação de vulnerabilidade social e tornou-se sua grande parceira nas atividades espíritas, como excelente médium que também é.

Em março de 1979, já casado com Maria de Lourdes, o casal teve sua primeira filha: Fabiane Pereira de Oliveira que, neste ano de 2020, acaba de concluir seu Mestrado em Direito, na USP-SP. Fabiane deu-lhes dois netos: Mateus, 12 anos, e João, 7 anos de idade.

Em 1980, Jorge Leite pediu transferência para Brasília. A família veio para cá em agosto daquele ano e logo descobriu a Federação Espírita Brasileira (FEB), à qual se dedicam desde então. Aqui, tiveram outros dois filhos, Cristiane, que acaba de dar à luz seu segundo filho, e Daniel, cuja esposa, Paula, está grávida de sua primeira neta, com previsão de nascimento em setembro de 2020. Em Brasília, sua esposa, Lourdes, após vários anos atuando como diretora do Departamento, é, atualmente, vice-presidente da FEB, responsável pela Área da Assistência Social da Casa de Ismael.

Espírita, portanto, há 47 anos, desde sua chegada a Brasília, há quarenta anos, Jorge Leite, com total apoio da abnegada esposa, dedica-se, em especial, à nossa FEB, embora, vez por outra, Jorge seja convidado para a exposição de tema em outra casa espírita. No início dos anos 80, ele frequentou, na FEB, durante algum tempo, o grupo mediúnico coordenado por João de Jesus Moutinho. Depois disso, passou a colaborar com as reuniões doutrinárias, aulas diversas etc.

Creio que em 1983, após ter sido um dos frequentadores do pioneiro curso do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita (ESDE), criado por Cecília Rocha e coordenado por Marta Antunes, com a colaboração de Jorge Godinho e outras pessoas, Jorge Leite foi convidado a trabalhar na evangelização de jovens e, no ano seguinte, a monitorar os frequentadores dos primeiros módulos do (ESDE); anos depois, de outros módulos por cerca de 25 anos. Por fim, durante mais de uma década, foi monitor do Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita (EADE).

Atualmente aposentado, Jorge Leite dedica-se, principalmente, à difusão do Espiritismo, em Brasília, ainda que, vez por outra, expusesse algum tema doutrinário em outros centros e estados brasileiros. Em especial, em Barreiras e São Desidério, na Bahia, e na sede histórica da FEB, no Rio de Janeiro. Eventualmente, faz também palestras em outros centros espíritas de Brasília.

Há alguns anos, é articulista mensal da revista da FEB, Reformador, além de atuar como dirigente de reuniões públicas ou expositor nas reuniões doutrinárias semanais da casa. Publica, semanalmente, em seu blog, textos espíritas e a tradução livre da terceira edição francesa d’O Evangelho Segundo o Espiritismo. Seus artigos são também publicados no blog do prof. Astolfo Olegário de Oliveira Filho, de Londrina, PR: http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br. e no blog do prof. Dr. Alexsandro, da Univ. Fed. Do Amazonas: https://www.sabedoriapolitica.com.br.

Já revisou algumas obras da LEAL, livraria e editora da Mansão do Caminho, em Salvador, e, nos últimos anos, coordena e revisa obras espíritas da FEB, como colaborador e assessor do amigo Geraldo Campetti Sobrinho, vice-presidente da casa, que coordena os trabalhos da Editora FEB.

Jorge Leite também colabora com os serviços de assistência espiritual, coordenados por sua esposa, Maria de Lourdes, responsável por essa área, cujos trabalhos estão vinculados ao Departamento de Assistência Social da FEB, no Rio, em Goiânia e em Brasília. Além de passes, antes da pandemia por coronavírus, ele participou das visitas fraternas e aulas espíritas aos adultos voluntários assistidos no Núcleo Guillon Ribeiro, em Santo Antônio do Descoberto, GO, para onde se dirigiam diversos voluntários da FEB todos os sábados pela manhã. Atualmente, o apoio social continua: presencial, por alguns voluntários e on-line, com a participação de Jorge.

Em Brasília, foi professor de Língua Portuguesa e Literatura do Curso Compacto e da Secretaria de Educação, por cerca de três anos; e do Centro Universitário de Brasília durante 22 anos. Totalizando cerca de 25 anos no magistério, 22 deles no ensino superior. Aprovado no concurso para o atual cargo de Consultor Legislativo (na época chamado de Assessor Legislativo), deu baixa do Exército em 1993. É formado em Direito e Letras. Tem Especialização em Língua Portuguesa, Literatura Brasileira, Mestrado e Doutorado em Literatura.

Suas produções acadêmicas e espíritas são as seguintes:

1) Mirante – poesia. Brasília: Livraria Ouro Velho, 1985. Esgotado.

2) Texto Técnico: guia de pesquisa e de redação. 3. Ed. Brasília: abcBSB Gráfica, 2004. Esgotado.

3) Guia Prático de Leitura e Escrita. Autor e coordenador, coautoria de Geraldo Campetti Sobrinho e Manoel Craveiro. 3. Ed. Petrópolis, RJ, 2015.

4) Chamados de Assis: espaços fantásticos do Rio mutante na obra machadiana. Instituto Memória: Curitiba, PR, 2018 (tese de doutorado aprovada na UnB).

5) Texto Acadêmico: técnicas de redação e de pesquisa científica. 10. Ed., 1. Reimpr. Petrópois, RJ: Vozes, 2019.

6) Publicações semanais de crônicas, poemas e artigos espíritas. Blog: Jorge, o sonhador. Disponível em: www.jojorgeleite.blogspot.com.

7) Mensalmente: artigo para Reformador, periódico mensal publicado pela FEB.

Acesse: Biografia Completa em PDF

Fonte: Jorge Leite, O Sonhador

ALGUNS TEXTOS PUBLICADOS NO BLOG

 

Poemas de Jó

É preciso coerência

(Jorge Leite de Oliveira)

Ao contemplar a vastidão do espaço,
Em bela noite, um sábio refletia:
De que me vale toda esta ciência,
Se o mais das vezes, falo o que não faço?
Então ouviu a voz que lhe dizia:
É preciso coerência...

E disse ao vento com estardalhaço:
De que me vale, ó Deus, tanta teoria?
E ouviu de novo a voz, que bem sabia
Provir de sua própria consciência,
Que, novamente, a sós, lhe repetia:
É preciso coerência...

Eu bem sei disso, mas o que queria
Para, envolvendo todos num abraço,
Poder lhes alertar sobre o que via,
É ter, como Jesus, a presciência.
Mas a voz, implacável, insistia:
É preciso coerência...

Então compreendeu o que não via:
Ninguém alcança a luz sem persistência.
Tão bem como saber, Jesus fazia
E nisso estava toda a sua Ciência,
Pois, para alguém segui-lo, passo a passo,
É preciso coerência.

Publicado em Reformador/FEB, em 2009.

Poemas de Jó

A presença de Deus

(Jorge Leite de Oliveira)

Perguntava aquele filho
A seu douto genitor
A respeito de alguns temas
Sobre o Supremo Senhor:

— Pai, onde é que Deus está?
— No espaço, na Terra e mar...
Ele está em toda a parte,
Até no singelo altar...

— E como podemos vê-lo?
— Na vastidão do universo,
Na força da natureza
E na beleza de um verso...

— Mas como, então, percebê-lo?
— Nas conquistas da Ciência,
Nos pensamentos dos sábios,
E na nossa Consciência...

— Pai, podemos ouvir Deus?
—Nos pios de um passarinho,
Nos zumbidos de um inseto,
No amor provindo de um ninho...

— Que fazer para senti-lo?
— No banho da cachoeira,
Nos raios do Sol ameno,
No perfume da roseira...

— Em tudo Ele está presente?
— Sim, mas nós estamos nele...
Sendo Deus o nosso Pai,
Nós fazemos parte dele.

Deus é o Amor Infinito!
Ele está em toda parte,
Está dentro de você,
E na beleza das artes.

E por ser Deus puro Amor,
E a ninguém ter por eleito,
Deu-nos por modelo o Cristo,
De todos o mais perfeito.

O nosso Mestre Jesus,
Que jamais matou alguém,
Mas que pregamos na cruz,
Por viver só para o Bem.

Publicado em Reformador, FEB, abr. 2015

Poemas de Jó

Dor da Saudade

(Jorge Leite de Oliveira)

Ah! esta dor que me invade,
Que procura me extinguir,
Estruge-se em mim ardente
Sem nunca me consumir.

Esta dor de uma procura
De algo que não sei dizer
Quase me leva à loucura,
Sem porém loucura ser.

É a dor do meu desencanto,
Que não se exprime falando
E nem se expressa num canto.

É sofrimento da gente
Que vai nos aniquilando,
Saudades que a gente sente!

Brasília, 19 de março de 2018.
Poema escrito em 1975

Poemas de Jó

Dia moderno dos pais

(Jorge Leite de Oliveira)

Ele partiu... com ele, uma certeza:
A vida continua. Vida velha... vida nova...
Fazemos parte de uma grande família
Que não começa no berço e não acaba na cova

Ele partiu, após deixar no mundo
Sua viúva e mais sete filhos.
Sofreu demais, mas o que se acabou
Foi apenas o corpo que ficou...

Dentro de um barracão de sete palmos
Ficaram seis filhos e a outra filha,
Ficou sua viúva de quarenta anos
Que já perdera uma filha.

Agora, sua cabeça era uma pilha,
Uma pilha neurótica, carregada
De uma revolta que explodia
E negava Deus e se rebelava...

Era sua viúva que gritava:
- Deus não existe ou não é justo!
Isso não podia acontecer,
Porém aconteceu. E daí?

O que importa, num mundo de mais de sete bilhões,
Sete orfãozinhos e sua mãe tão linda?
A vida continuaria, mesmo sem ele, para ela, jovem ainda,
Que nada mais podia dar senão sermões...

O filho que nem aniversário comemorou,
Agora que mais um dia vai chegar,
Prepara-se para o dia de domingo e
Cumprimenta quem tão jovem o deixou...

Senhor, por que tantos ais
No dia em que se festeja
Em casa, na rua, na igreja,
O dia de nossos pais!?

Brasília, 9 de agosto de 2019.
Antevéspera do "Dia dos Pais".

crÔnica

Em dia com o Machado 379:

Caridade, o mais longo poema de Parnaso de Além-Túmulo (Jó)

 Caía a noite em paz. Crepúsculo. Horas quedas.
Horas de solidão. Pelas planícies ledas,
A asa ruflando inquieta, os meigos passarinhos
Recolhiam-se à pressa, em busca dos seus ninhos
.

Assim começa Caridade. O mais longo poema do Espírito Guerra Junqueiro, em Parnaso de Além-Túmulo, livro psicografado por Chico Xavier. Parnaso, em sua primeira edição, continha poemas ditados por quatorze poetas desencarnados ao jovem, que na época estava com 21 anos. Tempos depois, subiu para 56 o número de poetas do Além... Quatro vezes mais do que em 1932, quando a obra já chamara a atenção de críticos e dos renomados escritores Monteiro Lobato e Humberto de Campos.

A obra que possuo está em sua 19ª ed. e quarta reimpressão. Essa edição de 737 páginas, embora publicada em 2016, comemora os cem anos de renascimento de Chico. Mas o médium mineiro, caso ainda estivesse entre nós, teria completado um século em 2010. Tenho outra publicação da mesma obra que já estava em sua 16ª edição em 2002, data da desencarnação de Francisco Cândido aos 92 anos. Essas 35 edições e suas reimpressões foram publicadas pela Federação Espírita Brasileira.

As poesias são analisadas e comentadas por Elias Barbosa, o que enriquece muito os textos líricos dessa antologia. Entre poetas pouco conhecidos, destacam-se brasileiros e portugueses do quilate literário de Castro Alves, Cruz e Sousa, Alphonsus de Guimarães, Alberto de Oliveira, Augusto dos Anjos, Auta de Sousa, Olavo Bilac, Antero de Quental etc.

O poema Caridade, ao qual me refiro, ocupa oito páginas do livro atual e contém 260 versos de doze sílabas métricas, também chamados alexandrinos. Curiosamente, Caridade possui o número de versos alexandrinos equivalente à quantidade de poemas contidos na obra.

Somente sobre essa poesia, daria para se escrever um livro, se a fôssemos analisar em todos os seus aspectos rítmicos, em suas rimas, estrofes, vocabulário e conteúdo.

O Espírito Guerra Junqueiro foi poeta português nascido em 1850 e desencarnado em 1923. Pela psicografia de Chico Xavier, legou-nos seis poemas nessa obra: O padre João; Caridade; Romaria; Eterna vítima; A um padre; e Um quadro da quaresma.

Todos esses poemas são longos, mas nenhum se compara, em tamanho, com Caridade. Esse poema, de acordo com a edição de 2002, que comemorou 70 anos da primeira edição, possui 13 estrofes de versos alexandrinos: a primeira com 30 versos, a segunda com 4, a terceira com 8, a quarta, quinta e sexta com 26 versos em cada estrofe, a sétima estrofe com 12 versos, a oitava com 38, a nona com 60, a décima com 18 e, da 11ª à 13ª, cada estrofe contém quatro versos.

Na edição comemorativa atual, publicada em 2016, a segunda estrofe de quatro versos foi agrupada, por equívoco, à primeira que, desse modo, ficou com 34 versos. Na próxima edição, esperamos corrigir essa falha.

O conteúdo do poema, resumidamente falando, aborda o diálogo do poeta com a Caridade, entidade que se apresenta em visão ao vate português. O sublime Espírito Caridade diz agir como ensinava Jesus. Compadece-se dos maus e os socorre, tanto quanto aos bons. Sua mensagem contrasta com a indiferença e o egoísmo humanos citados pelo poeta. Por fim, o autor espiritual enaltece a grandiosidade do amor expresso pela Caridade, que termina dizendo-lhe: “Minha missão é amar os vermes e os países!...”

Extasiado, conclui o poeta:

Muito tempo passara e a noite inda era escura.

Noite de neve atroz, noite de desventura!

Foi-se a linda visão, dissipando as neblinas,

Repartindo o seu pão de carícias divinas.

Tudo voltou à paz silenciosa e calma...

O inverno e o pesar; e aos olhos da minh’alma,

O mundo famulento, a Terra, parecia

O planeta da sombra e a mansão da agonia.

 Para entender por que o poema termina assim, convido o leitor e a leitora curiosos a lerem toda essa obra-prima da poesia mediúnica no livro citado.

Fonte: Jorge Leite, O Sonhador

TRADUÇÕES DE TEMAS

DAS OBRAS DA CODIFICAÇÃO ESPÍRITA

SISTEMATIZADOS POR ALLAN KARDEC

8.3 Verdadeira pureza. Mãos não lavadas

Então, os escribas e fariseus que tinham chegado de Jerusalém aproximaram-se de Jesus e lhe disseram: Por que seus discípulos violam a tradição dos antigos? pois não lavam as mãos quando fazem suas refeições.

Mas Jesus respondeu-lhes: Por que vocês violam o mandamento de Deus, para seguir sua tradição? Porque Deus fez este mandamento: Honre seu pai e sua mãe, e este outro: Aquele que disser a seu pai ou a sua mãe palavras ultrajantes seja punido de morte. Entretanto vocês dizem: Aquele que haja dito a seu pai ou a sua mãe: Toda a oferenda que faço a Deus aproveitará a você, satisfaz a lei, ainda que depois o tal não honre nem assista seu pai ou sua mãe. Assim, tornam inútil o mandamento de Deus, pela sua tradição.

Hipócritas, Isaías bem profetizou de vocês, quando disse: Esse povo honra-me com os lábios, mas seu coração está longe de mim. E é em vão que me honram, ensinando máximas e ordenações humanas.

Depois, havendo chamado o povo, disse-lhe: Ouçam e compreendam bem isto. Não é o que entra pela boca que contamina o homem, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem. O que sai da boca procede do coração, e é o que torna o homem impuro, pois é do coração que partem os maus pensamentos, os assassínios, os adultérios, as fornicações, os latrocínios, os falsos testemunhos, as blasfêmias e as maledicências. Essas são as coisas que tornam o homem impuro, mas comer sem lavar as mãos não é o que o torna impuro.

Então, seus discípulos aproximaram-se dele e lhe disseram: Sabe que os fariseus, depois que ouviram suas palavras, ficaram escandalizados? Mas Ele respondeu-lhes: Toda planta que meu Pai não plantou será arrancada. Deixem-nos; são cegos que conduzem cegos. E se um cego guia outro cego, ambos caem no fosso (Mateus, 15:1-20).

Enquanto Jesus estava falando, pediu-lhe um fariseu que fosse jantar com ele, e havendo entrado, sentou-se à mesa. O fariseu começou então a dizer consigo mesmo: Por que Ele não lavou as mãos antes de jantar? Porém, o Senhor lhe disse: Vocês outros, fariseus, limpam o que está por fora do copo e do prato, mas seu interior está cheio de rapina e de maldade. Insensatos! Quem fez o exterior não faz também o interior? (Lucas, 11:37-40).

Os judeus haviam negligenciado os verdadeiros mandamentos de Deus, para apegarem-se à prática de regulamentos estabelecidos pelos homens e da rígida observância desses regulamentos faziam casos de consciência. O fundo, muito simples, acabara por desaparecer sob a complicação da forma. Como era mais fácil observar os atos exteriores do que se reformar moralmente, de lavar as mãos do que limpar o coração, os homens iludiram-se, acreditando-se quites para com Deus, por se habituarem a essas práticas, mantendo-se tais como eram, pois lhes ensinavam que Deus não exigia nada mais do que isso. Eis porque o profeta disse: "É em vão que esse povo me honra com os lábios, ensinando máximas e mandamentos dos homens".

Assim também aconteceu com a Doutrina moral do Cristo, que acabou por ser relegada a segundo plano, o que tem levado muitos cristãos, à semelhança dos antigos judeus, a consideraram mais garantida a salvação por meio de práticas exteriores, do que pelas da moral. É a essas adições feitas pelos homens à Lei de Deus que Jesus se refere, quando diz: "Toda planta que meu Pai Celestial não plantou será arrancada".

O objetivo da religião é conduzir o homem a Deus. Ora, o homem só chega a Deus quando se torna perfeito. Logo, toda religião que não melhorar o homem, não atinge seu objetivo. Aquela em que ele pensa poder apoiar-se para fazer o mal, ou é falsa ou está falseada em seu princípio. Tal é o resultado de toda religião em que a forma supera o fundo. A crença na eficácia dos sinais exteriores é nula, se não impede que se cometam assassínios, adultérios, espoliações, de dizerem calúnias, e de fazerem mal ao próximo, seja no que for. Ela faz supersticiosos, hipócritas e fanáticos, mas não faz homens de bem.

Não basta ter as aparências da pureza, é necessário, antes de tudo, ter a pureza do coração.

Fonte: Tradução livre, em terceira pessoa, pelo Prof. Dr. Jorge Leite de Oliveira.

8.4 Escândalos: Se sua mão é motivo de escândalo, corte-a

Ai do mundo, por causa dos escândalos. Porque é necessário que sucedam escândalos, mas ai daquele homem por quem vem o escândalo (Mateus, 18:7).[1]

A sequência invertida deste primeiro versículo está como consta na terceira edição francesa.

Se alguém escandalizar a um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma dessas mós que um asno faz girar e o lançassem ao fundo do mar (Mateus, 18:6).

Tenha muito cuidado em não desprezar um desses pequeninos. Declaro-lhe que seus anjos no Céu veem incessantemente a face de meu Pai, que está nos Céus. Porque o Filho do Homem veio salvar o que estava perdido (Mateus, 18:10,11).

Se sua mão ou seu pé é objeto de escândalo, corte-os e lance-os longe de você; é bem melhor para você entrar na vida tendo um só pé ou uma só mão do que ter dois e ser lançado no fogo eterno. Se seu olho é objeto de escândalo, arranque-o e lance-o longe de você; será melhor para você entrar na vida tendo só um olho do que tendo dois e ser precipitado no fogo do inferno (Mateus, 18:8,9).

No sentido vulgar, escândalo é tudo aquilo que choca a moral ou a decência de maneira ostensiva. O escândalo não está na ação em si mesma, mas na repercussão que ela possa ter. A palavra escândalo implica sempre a ideia de um certo estrondo. Muitas pessoas se contentam com evitar o escândalo, porque seu orgulho sofreria com ele e sua consideração entre os homens diminuiria. Desde que suas torpezas sejam ignoradas, é o que basta para a consciência repousar. Esses são, segundo as palavras de Jesus: "Sepulcros brancos por fora, mas cheios de podridão por dentro; vasos limpos no exterior, mas sujos no interior".

No sentido evangélico, a acepção da palavra escândalo, tão frequentemente empregada, é muito mais geral, motivo por que não se compreende seu significado em certos casos. Escândalo não é somente o que choca a consciência alheia, mas tudo o que resulta dos vícios e das imperfeições humanas, todas as más ações de indivíduo para indivíduo, com ou sem repercussões. O escândalo, nesse caso, é o resultado efetivo do mal moral.

Fonte: Tradução livre, em terceira pessoa, pelo Prof. Dr. Jorge Leite de Oliveira.

9.2 Instruções dos Espíritos

9.2.1 A afabilidade e a doçura

Lázaro
Paris, 1861

A benevolência para com os semelhantes, fruto do amor ao próximo, produz a afabilidade e a doçura, que são a sua manifestação. Entretanto, nem sempre se deve confiar nas aparências. A educação e as relações mundanas podem dar a impressão dessas qualidades. Mas quantos existem, cuja fingida bonomia nada mais é do que uma máscara para uso externo, uma roupagem cujo feitio calculado disfarça as deformidades ocultas! O mundo está cheio dessas pessoas que têm o sorriso nos lábios e o veneno no coração; que são doces, contanto que ninguém as moleste, mas que mordem à menor contrariedade; cuja língua dourada, quando falam pela frente, se transforma em dardo venenoso, quando estão por detrás.

A essa classe pertencem ainda essas pessoas que são benignas fora do lar, mas tiranas domésticas, que fazem a família e os subordinados suportarem o peso do seu orgulho e do seu despotismo, como se desejassem compensar o constrangimento a que se submetem lá fora. Não se atrevendo a impor sua autoridade aos estranhos, que as colocariam no seu lugar, querem pelo menos ser temidas pelos que não lhes podem resistir. Sua vaidade se satisfaz com o poderem dizer: "Aqui mando e sou obedecido", sem pensar que poderiam acrescentar, com mais razão: "E sou detestado".

Não basta que os lábios destilem leite e mel, se o coração nada tem com isso, trata-se de hipocrisia. Aquele cuja afabilidade e doçura não são fingidas, jamais se desmente. É o mesmo diante do mundo e na intimidade. Sabe que se pode enganar os homens pelas aparências, mas a Deus ninguém engana.

9.2.2 A paciência

Um Espírito Amigo
Le Havre, 1862

A dor é uma bênção que Deus envia aos seus eleitos. Não se aflijam, pois, quando sofrerem; ao contrário, bendigam a Deus Todo-poderoso, que os marcou com a dor neste mundo para a glória no Céu.

Sejam pacientes, pois a paciência é também caridade, e vocês devem praticar a lei de caridade, ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste em dar esmolas aos pobres é a mais fácil de todas. Mas há uma bem mais penosa, e consequentemente bem mais meritória, que é a de perdoar os que Deus colocou em nosso caminho para serem os instrumentos de nossos sofrimentos e submeterem nossa paciência à prova.

A vida é difícil, sei bem disso. Compõe-se de mil nadas, que são outras picadas de alfinetes e acabam por nos ferir. Mas se atentarmos para os deveres que nos são impostos, para as consolações e compensações que, por outro lado, recebemos, então veremos que as bênçãos são mais numerosas que as dores. O fardo parece mais leve quando olhamos para o alto, do que quando curvamos a fronte para a terra.

Coragem, amigos: Cristo é seu modelo. Sofreu mais que qualquer um de vocês, embora nada tivesse de que se censurar, enquanto vocês já têm de expiar seu passado e de se fortalecerem para o futuro. Sejam, pois, pacientes, sejam cristãos, esta palavra resume tudo.

Fonte: Tradução livre, em terceira pessoa, pelo Prof. Dr. Jorge Leite de Oliveira.

9.2.3 Obediência e resignação

Lázaro
Paris, 1863

A doutrina de Jesus ensina, em todos os seus pontos, a obediência e a resignação, duas virtudes companheiras da doçura, muito ativas, embora os homens as confundam erroneamente com a negação do sentimento e da vontade. A obediência é o consentimento da razão; a resignação é o consentimento do coração. Ambas são forças ativas, porque levam o fardo das provas que a revolta insensata deixa cair.
O covarde não pode ser resignado, assim como o orgulhoso e o egoísta não podem ser obedientes. Jesus foi a encarnação dessas virtudes desprezadas pela antiguidade materialista. Chegou no momento em que a sociedade romana perecia nas fraquezas da corrupção. Ele veio iluminar o seio da humanidade abatida com os triunfos do sacrifício e da renúncia carnal.

Cada época é assim marcada pelo cunho da virtude ou do vício que a devem salvar ou perder. A virtude de sua geração é a atividade intelectual, seu vício é a indiferença moral. Digo somente atividade, porque o gênio se eleva de repente e descobre, por si mesmo, os horizontes que a multidão só verá depois dele, enquanto a atividade é a reunião dos esforços de todos, para atingir um fim menos brilhante, mas que prova a elevação intelectual de uma época.

Submetam-se ao impulso que vimos dar aos seus Espíritos. Obedeçam à grande lei do progresso, que é a palavra da sua geração. Ai do Espírito preguiçoso, daquele que fecha seu entendimento! Ai dele! porque nós, que somos os guias da Humanidade em marcha, o chicotearemos, e forçaremos sua vontade rebelde, com a dupla ação do freio e da espora.

Toda resistência orgulhosa terá que ceder cedo ou tarde. Mas bem-aventurados os que são mansos, pois ouvirão docemente os ensinamentos.

Fonte: Tradução livre, em terceira pessoa, pelo Prof. Dr. Jorge Leite de Oliveira.

9.2.4 A cólera

Um Espírito Protetor

Bordeaux, 1863

O orgulho leva vocês a se julgarem mais do que são, a não aceitarem uma comparação que os possa rebaixar, a se considerarem, ao contrário, de tal maneira acima de seus irmãos, seja em espírito, seja em posição social, ou ainda em relação às vantagens pessoais, que o menor paralelo os irrita e fere. Que acontece, então? Vocês entregam-se à cólera.

Procurem a origem desses acessos de demência passageira, que os assemelham aos brutos, e os fazem perder o sangue-frio e a razão; procurem, e encontrarão quase sempre por base o orgulho ferido. Não é o orgulho ferido por uma contrariedade, que os faz repelir as observações justas e rejeitar, encolerizados, os mais sábios conselhos? Até mesmo as impaciências causadas pelas contrariedades, em geral pueris, decorrem da importância que cada um atribui à sua personalidade, perante a qual julga que todos se devem curvar.

Na sua impaciência, o homem colérico atira-se contra tudo: à natureza bruta, aos objetos inanimados, que despedaça, porque não lhe obedecem. Ah! Se nesses momentos ele pudesse ver-se a sangue frio, teria medo de si mesmo ou se reconheceria ridículo! Que ele julgue, por isso, a impressão que deve causar aos outros. Quando não fosse pelo respeito a si mesmo, deveria esforçar-se para vencer essa tendência que o torna digno de piedade.

Se pensasse que a cólera nada resolve, que ela lhe altera a saúde, compromete a própria vida, veria que é ele mesmo a sua primeira vítima. Mas outra consideração, sobretudo, deveria contê-lo: o pensamento de que torna infelizes todos os que o cercam. Se tem coração, não sentirá remorsos por fazer sofrer os seres que ele mais ama? E que pesar mortal se, num acesso de fúria, cometesse um ato de que se teria de recriminar por toda a vida!

Em resumo: a cólera não exclui certas qualidades do coração, mas impede que se faça muito bem, e pode levar a fazer-se muito mal. Isso deve ser suficiente para incitar-se esforços para dominá-la. O espírita, aliás, é incitado a isso por outro motivo: o de que a cólera é contrária à caridade e à humildade cristãs.

Fonte: Tradução livre, em terceira pessoa, pelo Prof. Dr. Jorge Leite de Oliveira.

10.5 Não julguem para não serem julgados. Aquele que estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra

Não julguem, pois, para não serem julgados; porque com juízo que vocês julgarem os outros, serão julgados; e outros usarão contra vocês da mesma medida com que vocês medirem eles (Mateus, 7:1,2).

Então os escribas e os fariseus lhe trouxeram uma mulher que fora apanhada em adultério, puseram-na no meio do povo e lhe disseram: — Mestre, esta mulher foi surpreendida em adultério; ora, Moisés ordena-nos, pela Lei, lapidar as adúlteras. Qual é sua opinião sobre isto?

Eles diziam assim para o tentar, a fim de ter de que o acusar. Mas Jesus, abaixando-se, pôs-se a escrever com o dedo na terra. Como eles continuassem a indagá-lo, Ele levantou-se e disse-lhes: — Aquele dentre vocês que estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra.

Depois, abaixou-se de novo e continuou a escrever na terra. Mas eles, após ouvirem isso, retiraram-se, um após o outro, os idosos saindo primeiro.

E assim, Jesus ficou sozinho com a mulher, que estava no meio da praça. Então, levantando-se, Jesus perguntou-lhe: — Mulher, onde estão os que a acusavam? Ninguém a condenou? Ela respondeu-lhe: — Ninguém, Senhor. Jesus disse-lhe: Eu também não a condenarei. Vá, e não peque mais (João, 8:3-11).

— Aquele dentre vocês que estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra, disse Jesus. Esta máxima faz da indulgência um dever, pois não há quem dela não necessite para si mesmo. Ensina que não devemos julgar os outros mais severamente do que nos julgamos, a nós mesmos, nem condenarmos nos outros o que desculpamos em nós. Antes de reprovar uma falta de alguém, vejamos se a mesma reprovação não nos pode ser aplicada.

A censura feita à conduta alheia pode ter dois motivos: reprimir o mal, ou desacreditar a pessoa cujos atos são criticados. Este último motivo jamais tem desculpa, pois, neste caso, só há maledicência e maldade. O primeiro pode ser louvável, e torna-se mesmo um dever em certos casos, porque dele pode resultar um bem; e porque, não sendo assim, o mal jamais seria reprimido na sociedade. Aliás, não compete ao homem ajudar o progresso dos seus semelhantes? Portanto, não deve ser tomado no sentido absoluto este princípio: Não julguem, para não serem julgados, porque a letra mata e o espírito vivifica.

Jesus não podia proibir a censura ao mal, pois Ele mesmo nos deu o exemplo disso, e o fez em termos enérgicos. Mas Ele quis dizer que a autoridade da censura está na razão da autoridade moral daquele que a pronuncia. Tornar-se alguém culpado daquilo que condena nos outros é abdicar dessa autoridade, é privar-se do direito de repressão.

A consciência íntima, além disso, recusa todo o respeito e toda a submissão voluntária àquele que, investido de um poder qualquer, viola as leis e os princípios que está encarregado de aplicar. Somente existe autoridade legítima, aos olhos de Deus, quando ela se apoia no exemplo que dá do bem. É o que resulta igualmente das palavras de Jesus.

Fonte: Tradução livre, em terceira pessoa, pelo Prof. Dr. Jorge Leite de Oliveira.

10.6 INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS

10.6.1 Perdão das ofensas

Simeon
Bordeaux, 1862

Quantas vezes perdoarei ao meu irmão? Você o perdoará não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes. Eis um desses ensinos de Jesus que devem tocar sua inteligência e falar bem alto ao seu coração. Compare essas palavras misericordiosas com a oração tão simples, tão resumida, e ao mesmo tempo tão grande em suas aspirações, que Jesus ensinou a seus discípulos, e encontrará sempre o mesmo pensamento. Jesus, o justo por excelência, responde a Pedro: Você o perdoará, mas sem limites; perdoará cada ofensa, tantas vezes quantas ela lhe for feita; ensinará a seus irmãos esse esquecimento de si mesmo, que nos torna invulneráveis às agressões, aos maus tratos e às injúrias; será brando e humilde de coração, sem medir jamais sua mansuetude; e fará, enfim, o que deseja que o Pai celeste faça por você. Não está Ele a perdoá-lo sempre e acaso conta o número de vezes que seu perdão vem apagar suas faltas?

Ouçam, pois, essa resposta de Jesus, e, como Pedro, apliquem-na a vocês mesmos. Perdoem, usem a indulgência, sejam caridosos, generosos, pródigos mesmo do seu amor. Deem, porque o Senhor lhes dará, perdoem, porque o Senhor os perdoará, abaixem-se, que o Senhor os levantará; humilhem-se, que o Senhor os fará sentar-se à sua direita.

Vão, meus bem-amados, estudem e comentem essas palavras que lhes dirijo, de parte d'Aquele que, do alto dos esplendores celestes, tem sempre os olhos voltados para vocês e continua com amor a tarefa ingrata que começou há dezoito séculos. Perdoem, pois, seus irmãos, como têm necessidade de ser perdoados. Se seus atos os prejudicaram pessoalmente, eis um motivo a mais para serem indulgentes, pois o mérito do perdão é proporcional à gravidade do mal. Não haveria nenhum mérito em desculpar os erros de seus irmãos, se estes apenas os incomodassem levemente.

Espíritas, não se esqueçam de que, tanto por palavras como por atos, o perdão das injúrias nunca deve reduzir-se a uma vã expressão. Se vocês se dizem espíritas, sejam-no de fato: esqueçam o mal que lhes tenham feito, e pensem apenas numa coisa: no bem que possam fazer. Aquele que enveredou por esse caminho não se deve afastar dele, nem mesmo em pensamento, pois é responsável pelos seus pensamentos, que Deus conhece. Façam, pois, que eles sejam desprovidos de qualquer sentimento de rancor. Deus sabe o que permanece no fundo do coração de cada um. Feliz, pois, daquele que pode dizer cada noite, ao dormir: nada tenho contra o meu próximo.

Fonte: Tradução livre, em terceira pessoa, pelo Prof. Dr. Jorge Leite de Oliveira

Dufêtre
Bispo de Nevers, Bordeaux

Queridos amigos, sejam severos para consigo e indulgentes para com as fraquezas alheias. Essa é também uma forma de praticar a santa caridade, que bem poucas pessoas observam. Todos vocês têm más tendências a vencer, defeitos a corrigir, hábitos a modificar. Todos têm um fardo mais ou menos pesado a aliviar, para subir ao cume da montanha do progresso. Por que, então ser tão clarividentes quando se trata do próximo, e tão cegos quando se trata, de si mesmos? Quando deixarão de notar, no olho de seu irmão, um cisco que o fere, sem perceberem a trave que os cega e os fazem caminhar de queda em queda?

Creiam nos Espíritos, seus irmãos. Todo homem bastante orgulhoso para se julgar superior, em virtudes e méritos, aos seus irmãos encarnados, é insensato e culpado, e Deus o castigará, no dia da sua justiça.

O verdadeiro caráter da caridade é a modéstia e a humildade, que consistem em não ver, senão superficialmente, os defeitos alheios, mas em se procurar destacar o que há neles de bom e virtuoso. Porque, se o coração humano é um abismo de corrupção, sempre há, em algumas de suas mais ocultas dobras, o germe de alguns bons sentimentos, centelha viva da essência espiritual.

Espiritismo, Doutrina consoladora e abençoada, felizes os que o conhecem e se aproveitam dos salutares ensinos dos Espíritos do Senhor! Para esses, o caminho está iluminado, ao longo do qual podem ler estas palavras, que lhes indicam o meio de atingir o alvo: caridade prática, caridade de coração, caridade para o próximo como para si mesmo.

Em uma palavra, caridade para com todos e amor de Deus sobre todas as coisas, porque o amor de Deus resume todos os deveres, e porque é impossível amar realmente a Deus sem praticar a caridade, da qual Ele faz uma lei para todas as criaturas.

Fonte: Tradução livre da 3.ª ed. francesa pelo prof. dr. Jorge Leite de Oliveira

Bezerra Menezes e o Reformador

Humberto Mauro M. Machado - Antonio N. Filho / Vida e obra de Bezerra Menezes

Fotografia da célebre Farmácia Cordeiro, onde o Médico dos Pobres mitigou o sofrimento de centenas de criaturas. Cortesia de César Soares dos Reis e Antonio de Souza Lucena.

Bezerra de Menezes - Fatos e Documentos / Luciano Klein Filho

Fundação da Livraria Federação Espírita Brasileira em 31 de março de 1897

Escorço Histórico da Federação Espírita Brasileira aspectos marcantes da sua trajetória

Fonte: Federação Espírita Brasileira

Prédio da Federação Espírita Brasileira na Av. Passos, 30, sede inaugurada em 1911

Escorço Histórico da Federação Espírita Brasileira aspectos marcantes da sua trajetória

Fonte: Federação Espírita Brasileira

Fontes: Federação Espírita Brasileira (FEB)

Fontes: Acervo digital - Reformador (Federação Espírita Brasileira - FEB)

Fontes: Jorge Leite, O Sonhador

O estudo e prática do Espiritismo, que viver é aprender, para melhor servir; e servir, para vir a ser"

 Adaptação de frase de um artigo publicado em Reformador e noutros trabalhos de blog Espiritismo século XXI, dirigido pelo Astolfo Olegário de Oliveira Filho e Jorge, o sonhador.

"Jesus, o Cristo, cumpre sua palavra de nos trazer novo Consolador, o Espírito de Verdade, guia espiritual da Doutrina Espírita, que ficará conosco eternamente". Adaptação de frase publicada no Reformador de março de 2020.

"Allan Kardec foi o grande missionário encarregado por Jesus para receber, selecionar e divulgar as mensagens dos Espíritos de luz, que continuam trabalhando incansavelmente na difusão da Doutrina Espírita, que não se dirige a uma igreja em particular, mas a toda a humanidade". Também em Reformador de março de 2020.

Adaptação de frase publicada em Reformador de abr. 2020. Artigo: Dale Owen e os fatos mediúnicos: um clássico espírita cristão.

"Fazendo nossa parte no incansável dever de praticar o bem, atenderemos os objetivos divinos de livrar a Terra da ignorância e seus maus frutos".