JORGE HESSEN

AVENTAS QUE DESPERTAM

(QUESTÕES DOUTRINÁRIAS - À LUZ DO ESPIRITISMO)

Prefácio:

Delanne registra na obra clássica “O Fenômeno Espirita (1) que no século XIX os tradicionais métodos científicos negavam o espírito ao sabor dos ingredientes do Positivismo. Os arautos de Auguste Comte buscaram, no estudo meticuloso dos fatos, sua norma de conduta e por sua vez quiserem aplicar o encanto matematizante materialista às realidades espirituais, motivo pelo qual esbarraram no ceticismo decrépito.

A despeito do que articulava a escola alemã, com Büchner e Moleschott, declarando, cientificamente, que as velhas concepções de Deus e da alma já estavam fora do seu tempo e que a Ciência reduziu a nada essas crenças fabulosas, Dellane ironizou reafirmando que os pesquisadores espíritas adotam o mesmo método científico em voga , porém somente aceitando como reais as verdades demonstradas pela análise, pelos sentidos e pela observação.

Reforçava com isso o argumento as grandes vozes dos Crookes, dos Wallace, dos Zöllner que proclamaram que, do exame científico dos fenômenos espíritas, resultou claramente a convicção de que a alma é imortal e que não só ela não morre, mas também pode manifestar-se aos humanos, por meio de leis ainda pouco conhecidas que regem a matéria imponderável.

Todo efeito tem uma causa e todo efeito inteligente faz supor uma causa inteligente: tais são os princípios, os axiomas inabaláveis sobre os quais repousam as nossas demonstrações.

Quando os positivistas aguilhoados à matéria estudarem suficientemente o espírito, o próprio fenômeno espírita demonstrará acerca da sua natureza e do seu poder. Que poderiam os mais decididos materialistas responder a Robert Hare, ao professor Mapes, ao Sr. Oxon?

Ironiza Dellane mais uma vez, proferindo que os cientistas espíritas servem-se das armas dos próprios adversários (positivistas) para abatê-los: é em nome do método científico de tais atrevidos que os espiritas proclamam a imortalidade da alma mesmo depois da morte do corpo.

Todas as teorias que querem fazer do homem um autômato, todos os sábios que fizeram da ciência um escudo para proclamarem a materialidade do ser humano encontram o mais formal desmentido no testemunho dos fatos.

A experiência demonstra que, assim como a borboleta sai da crisálida, assim a alma deixa o seu vestuário grosseiro de carne para atirar-se, radiante, no éter, sua pátria eterna. A gélida noite do túmulo não mais aterroriza, porque há a prova certa de que os mausoléus não encerram senão cinzas inertes e que o ser pensante não desaparece.

Que todos aqueles a quem a perda de um ser ternamente querido deixou abatidos, desanimados, levantem a cabeça, porque as vozes dos Espíritos bradam que essa dor os atinge, que eles vivem ao redor de nós, que nos envolvem em sua ternura e que de seus corações elevam-se constantes preces pedindo ao Eterno que nos proteja contra os perigos da existência.

Arremata Delane que o tempo da fé cega passou; hoje, é necessário, para que uma teoria filosófica moral ou religiosa seja aceita, que ela repouse no fundamento inabalável da demonstração científica. A fé, por si só, não basta; é indispensável que a razão sancione o que se pretende fazer-nos aceitar como verdades. O Espiritismo faz conhecer, com efeito, as condições em que se acha a alma depois da morte do corpo.

Em vez de considerar o Espírito de um modo abstrato, nossa doutrina demonstra que ele é, depois da morte, uma individualidade verdadeira, que não tem menos realidade que o homem; somente a natureza do corpo mudou, quando as condições da existência deixaram de ser as mesmas.

São Paulo, 21 de março de 2013

Irmãos W. e Jorge Hessen

Referência:

(1) Delanne Gabriel. O Fenômeno Espírita, IV parte, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1999

Fontes: Jorge Hessen - Programa Espiritismo em Foco (A terceira revelação simboliza o retorno do Cristo à terra)

Fontes: Jorge Hessen - Programa Espiritismo em Foco (Angústias Intimas)

"Não tenho fé suficiente para ser ateu, pois Deus não joga dados..."

Albert Einstein "Físico Alemão"

"Os Espíritos enganadores sabem perfeitamente a quem se dirigem. Há pessoas simples e pouco instruídas mais difíceis de enganar do que outras, que têm finura e saber. Lisonjeando-lhes as paixões, fazem eles do homem o que querem."

Bons Espíritos - Livro dos Médiuns, item 268, 26ª

 

RELAÇÕES DE OBRAS PARA DOWNLOAD

 

Allan Kardec - O Evangelho Segundo O Espiritismo (Cap. VIII - Bem-Aventurados os Puros de Coração)

 

Jorge Hessen - Aventas que despertam